26 Outubro 2016 | Audiência Geral

PAPA FRANCISCO AUDIÊNCIA GERAL

[…] Hoje meditemos sobre esta palavra de Jesus: «Era estrangeiro e acolhestes-
me; estava nu e vestistes-me» (Mt 25, 35-36). No nosso tempo é atual como

nunca a obra relativa aos estrangeiros. A crise económica, os conflitos armados e
as mudanças climáticas impelem muitas pessoas a emigrar. Contudo, as migrações
não são um fenómeno novo, mas pertencem à história da humanidade. Consiste
em falta de memória histórica pensar que elas sejam próprias apenas da nossa
época.. […]
A propósito, durante os séculos assistimos a grandes expressões de solidariedade,
embora não tenham faltado também tensões sociais. Hoje, o contexto de crise
económica infelizmente favorece o emergir de comportamentos de fechamento e
não acolhimento. Nalgumas partes do mundo erguem-se muros e barreiras. Às
vezes parece que a obra silenciosa de muitos homens e mulheres que, de várias
maneiras, se prodigalizam para ajudar e assistir os refugiados e os migrantes seja
obscurecida pelo rumor de outros que dão voz a um egoísmo instintivo. Contudo o
fechamento não é uma solução, pelo contrário, acaba por favorecer os tráficos
criminosos. A única solução é a solidariedade. Solidariedade com o migrante,
solidariedade com o estrangeiro… […]
Também hoje precisamos destes testemunhos a fim de que a misericórdia possa
alcançar muitos necessitados. É um compromisso que envolve todos, sem exclusão.
As dioceses, as paróquias, os institutos de vida consagrada, as associações e os
movimentos, assim como cada cristão, todos são chamados a acolher os irmãos e
as irmãs que fogem da guerra, da fome, da violência e das condições de vida
desumanas. Todos juntos somos uma grande força de apoio para quantos perderam
pátria, família, trabalho e dignidade. […]