25 Dezembro 2014 | Mensagem

MENSAGEM «URBI ET ORBI»DO PAPA FRANCISCONATAL DE 2014

[…] A Ele, Salvador do mundo, peço hoje que olhe para os nossos irmãos e irmãs
do Iraque e da Síria que há tanto tempo sofrem os efeitos do conflito em curso e,
juntamente com os membros de outros grupos étnicos e religiosos, padecem uma
perseguição brutal. Que o Natal lhes dê esperança, como aos inúmeros
desalojados, deslocados e refugiados, crianças, adultos e idosos, da Região e do
mundo inteiro; mude a indiferença em proximidade e a rejeição em acolhimento,
para que todos aqueles que agora estão na provação possam receber a ajuda
humanitária necessária para sobreviver à rigidez do inverno, retornar aos seus
países e viver com dignidade. Que o Senhor abra os corações à confiança e dê a
sua paz a todo o Médio Oriente, a começar pela Terra abençoada do seu
nascimento, sustentando os esforços daqueles que estão activamente empenhados
no diálogo entre Israelitas e Palestinianos.[…]
[…]Jesus salve as inúmeras crianças vítimas de violência, feitas objecto de
comércio ilícito e tráfico de pessoas, ou forçadas a tornar-se soldados; crianças,
tantas crianças vítimas de abuso. Dê conforto às famílias das crianças que, na
semana passada, foram assassinadas no Paquistão. Acompanhe todos os que
sofrem pelas doenças, especialmente as vítimas da epidemia de ébola, sobretudo
na Libéria, Serra Leoa e Guiné. Ao mesmo tempo que do íntimo do coração
agradeço àqueles que estão trabalhando corajosamente para assistir os doentes e
os seus familiares, renovo um premente apelo a que sejam garantidas a assistência
e as terapias necessárias.
Jesus Menino. Penso em todas as crianças assassinadas e maltratadas hoje, seja
naquelas que o são antes de ver a luz, privadas do amor generoso dos seus pais e
sepultadas no egoísmo duma cultura que não ama a vida; seja nas crianças
desalojadas devido às guerras e perseguições, abusadas e exploradas sob os
nossos olhos e o nosso silêncio cúmplice; seja ainda nas crianças massacradas nos
bombardeamentos, inclusive onde o Filho de Deus nasceu. Ainda hoje o seu silêncio
impotente grita sob a espada de tantos Herodes. Sobre o seu sangue, estende-se
hoje a sombra dos Herodes do nosso tempo. Verdadeiramente há tantas lágrimas

neste Natal que se juntam às lágrimas de Jesus Menino!.[…]