[…] O tema do vosso congresso move-se numa perspetiva à qual, com muita frequência, eu mesmo me referi: “pontes e não muros”, tenho repetido na viva esperança de que de todas as partes se dedique atenção a esta necessidade que sentimos cada vez mais, mesmo se por vezes é contrastada por medos e retrocessos. Trata-se, ao contrário, sem renunciar à prudência, de captar todos os sinais e mobilizar todas as energias para eliminar no mundo os muros de divisão e construir pontes de fraternidade. Os três pontos focais do congresso cruzam-se em profundidade com este caminho de construção de pontes numa época crítica, como se revela particularmente a nossa. O desafio ecológico é por vós colocado no centro de uma especial atenção, pois ele contém em si aspetos que podem causar graves desequilíbrios, não só no eixo da relação entre o homem e a natureza, mas também no eixo das relações entre as gerações e os povos. Tal desafio — como se deduz da Encíclica Laudato si’ — não é um entre tantos, mas é o horizonte de compreensão da ética ecológica e ao mesmo tempo da ética social. Por isso a vossa referência ao tema dos migrantes e refugiados é muito séria e provoca uma metanoia que diz respeito à reflexão ético-teológica, ainda antes de inspirar atitudes pastorais adequadas e praxes políticas responsáveis e conscientes. […]