[…] As frequentes instabilidades financeiras causaram novos problemas e graves desafios com os quais os governos devem confrontar-se, como o aumento do desemprego, de diversas formas de pobreza e do fosso socioeconomico e das novas formas de escravidão, muitas vezes radicadas em situações de conflito, migração e diversos problemas sociais. «A isto vêm juntar-se alguns estilos de vida um pouco egoístas, caracterizados por uma opulência actualmente insustentável e muitas vezes indiferente ao mundo circundante, sobretudo dos mais pobres. No centro do debate político, constata-se lamentavelmente a preponderância das questões técnicas e económicas em detrimento de uma autêntica orientação antropológica. O ser humano corre o risco de ser reduzido a mera engrenagem dum mecanismo que o trata como se fosse um bem de consumo a ser utilizado, de modo que a vida — como vemos, infelizmente, com muita frequência — quando deixa de ser funcional para esse mecanismo, é descartada sem muitas delongas» (Discurso ao Parlamento Europeu, Estrasburgo, 25 de novembro de 2014). […]