14 Agosto 2014 | Discurso do Santo Padre, Encontro

ENCONTRO COM OS BISPOS DA COREIADISCURSO DO SANTO PADRE

[…] Ser guardiões da esperança implica também garantir que o testemunho
profético da Igreja na Coreia continue a expressar-se na sua solicitude pelos pobres
e nos seus programas de solidariedade especialmente a favor dos refugiados e
migrantes e daqueles que vivem à margem da sociedade. Esta solicitude deveria
manifestar-se não somente através de iniciativas concretas de caridade – que são
necessárias –, mas também no trabalho constante de promoção a nível social,
ocupacional e educativo. Podemos correr o risco de reduzir o nosso empenhamento
com os necessitados simplesmente a uma dimensão assistencial, ignorando a
necessidade que tem cada um de crescer como pessoa – o direito que tem de
crescer como pessoa – e poder expressar com dignidade a sua própria
personalidade, criatividade e cultura. A solidariedade com os pobres está no centro
do Evangelho; deve ser considerada como um elemento essencial da vida cristã;
através da pregação e da catequese, fundadas sobre o rico património da doutrina
social da Igreja, essa solidariedade deve permear os corações e as mentes dos fiéis
e reflectir-se em todos os aspectos da vida eclesial. O ideal apostólico de uma
Igreja dos pobres e para os pobres, uma Igreja pobre para os pobres, encontrou
uma expressão eloquente nas primeiras comunidades cristãs da vossa nação.
Espero que este ideal continue a moldar o caminho da Igreja coreana na sua
peregrinação para o futuro. Estou convencido de que, se sobressair na Igreja o
rosto do amor, cada vez mais jovens se sentirão atraídos para o coração de Jesus,
sempre inflamado de amor divino na comunhão do seu místico Corpo.[…]