[…] A vossa pertença à diocese e à paróquia permaneça encarnada nas ruas das
cidades, dos bairros e dos povoados. Como aconteceu ao longo destes cento e
cinquenta anos, experimentai com força em vós a responsabilidade de lançar a boa
semente do Evangelho na vida do mundo, através do serviço da caridade, do
compromisso político — empenhai-vos na política, mas por favor na grande política,
na Política com p maiúsculo! — inclusive através da paixão pela educação e pela
participação no intercâmbio cultural. Ampliai o vosso coração para alargar o
coração das vossas paróquias. Sede caminheiros da fé, para encontrar todos,
receber todos, ouvir todos, abraçar todos. Cada existência é uma vida amada pelo
Senhor; cada rosto nos mostra a Face de Cristo, especialmente o do pobre, de
quem se sente ferido pela vida e do abandonado, de quantos escapam da morte e
procuram abrigo nas nossas casas, nas nossas cidades. «Ninguém pode sentir-se
exonerado da preocupação pelos pobres e pela justiça social» (ibid., 201).
Permanecei abertos à realidade que vos circunda. Procurai sem temor o diálogo
com quantos vivem ao vosso lado, inclusive com aqueles que pensam de outra
forma mas, como vós, também aspiram à paz, à justiça e à fraternidade. É no
diálogo que se pode projetar um futuro compartilhado. É através do diálogo que
construímos a paz, cuidando de cada um e dialogando com todos.
[…]