3 Setembro 2016 | Catechesis

CATEQUESE DO PAPA FRANCISCO PARA O JUBILEU DOS AGENTES DE MISERICÓRDIA

[…] Irmãos e irmãs, vós representais aqui o grande e variado mundo do
voluntariado. Sois justamente vós uma das realidades mais preciosas da Igreja
que, muitas vezes no silêncio e escondidos, dais forma e visibilidade à misericórdia.
Vós sois artesãos de misericórdia: com as vossas mãos, com os vossos olhos, com
a vossa escuta, com a vossa proximidade, com as vossas carícias… sois artesãos!
Exprimis o desejo – entre os mais belos no coração do homem: fazer com que a
pessoa que sofre se sinta amada. Em diferentes condições de carência e nas
necessidades de tantas pessoas, a vossa presença é a mão de Cristo estendida que
alcança a todos. Sois a mão de Cristo estendida: já pensastes nisso? A credibilidade
da Igreja passa de forma convincente através do vosso serviço com as crianças

abandonadas, os doentes, os pobres sem comida e trabalho, os idosos, os sem-
abrigo, os prisioneiros, refugiados e migrantes, as pessoas afetadas por desastres

naturais… enfim, onde quer que exista um pedido de ajuda, ali chega o vosso
testemunho ativo e desinteressado. Tornais visível a lei de Cristo: levar os pesos
uns dos outros (cf. Gal 6,2, Jo 13,34). Queridos irmãos e irmãs, tocais a carne de
Cristo com as vossas mãos: não esqueçais disso. Tocais a carne de Cristo com as
vossas mãos. Estai sempre prontos para a solidariedade, fortes na proximidade,
diligentes para despertar alegria e convincentes na consolação. O mundo precisa de
sinais concretos de solidariedade, especialmente diante da tentação da indiferença,
e exige pessoas capazes de opor-se com as suas vidas o individualismo: pensar só
a si mesmo, ignorando os irmãos em necessidade. Estai sempre contentes e cheios
de alegria pelo vosso serviço, mas nunca fazei dele um motivo de presunção que
leva a se sentir melhor do que os outros. Em vez disso, que a vossa obra de
misericórdia seja a prolongação humilde e eloquente de Jesus Cristo, que continua
a se curvar e cuidar daqueles que sofrem. O Amor, de fato, «edifica» (1 Cor 8,1) e
dia após dia permite que as nossas comunidades sejam um sinal da comunhão
fraterna. […]