[…] As mães são o antídoto mais forte contra as nossas tendências individualistas e
egoístas, contra os nossos isolamentos e apatias. Uma sociedade sem mães seria
não apenas uma sociedade fria, mas também uma sociedade que perdeu o coração,
que perdeu o «sabor de família». Uma sociedade sem mães seria uma sociedade
sem piedade, com lugar apenas para o cálculo e a especulação. Com efeito as
mães, mesmo nos momentos piores, sabem testemunhar a ternura, a dedicação
incondicional, a força da esperança. Aprendi muito com as mães que, tendo os
filhos na prisão ou estendidos numa cama de hospital ou subjugados pela
escravidão da droga, esteja frio ou calor, faça chuva ou sol, não desistem e
continuam a lutar para lhes dar o melhor; ou com as mães que, nos campos de
refugiados ou até no meio da guerra, conseguem abraçar e sustentar, sem
hesitação, o sofrimento dos seus filhos. Mães que dão, literalmente, a vida para que
nenhum dos filhos se perca. Onde estiver a mãe, há unidade, há sentido de
pertença: pertença de filhos.[…]