ANGOLA – XI Assembleia Geral Ordinária da CEPAMI

ANGOLA – XI Assembleia Geral Ordinária da CEPAMI

Realizou-se de 24 a 26 de Novembro de 2022 a XI Assembleia Geral Ordinária da CEPAMI (Comissão Episcopal da Pastoral para os Migrantes e Itinerantes), no Centro Apostólico Dom Daniel Gomes Junqueira da Arquidiocese do Huambo. Sob o lema “Construir o futuro com migrantes e refugiados”, a Assembleia teve como objetivo central: “avaliar a caminhada da Pastoral das Migrações e propor diretrizes orientadoras para responder às necessidades da pessoa em situação de mobilidade em Angola”.

Presidiu à Assembleia Dom Zeferino Zeca Martins, Arcebispo do Huambo e Presidente da CEPAMI. A vice-presidência coube à Ir. Carla Frey Bamberg, Secretária Executiva da CEPAMI. Participaram na Assembleia os demais membros da equipa coordenadora, Bendita Buco, assistente de projetos, Cristóvão Sebastião, auxiliar de escritório, Isaías Afonso de Oliveira e Pe. Samuel Tumbula, assessores, e Octávio Vangawete Miguel Buco, secretário, bem como delegados da pastoral das migrações vindos de 11 dioceses e arquidioceses, totalizando 59 pessoas.

Os temas estudados foram: “Construir o futuro com migrantes e refugiados: implicações práticas para a Pastoral das Migrações no contexto angolano”, tendo como preletor o Pe. Adriano Katiavala, e “Impactos positivos da migração na sociedade angolana”, apresentado pelo Presidente da CEPAMI. 

Após as reflexões e partilhas dos relatórios das (Arqui)dioceses, os participantes chegaram às seguintes conclusões:

  1. A Comissão Episcopal da Pastoral dos Migrantes e Itinerantes de Angola e São Tomé agradece ao Senhor pela dádiva dos agentes da pastoral, com sua dedicação e desempenho de modo incondicional, que nas dioceses prestam assistência pastoral, bem como o acolhimento e promoção dos direitos jurídicos, políticos e sociais da pessoa em situação de mobilidade, essencialmente migrantes, refugiados, itinerantes e deslocados internos.
  2. É fundamental a criação de estruturas académicas dignas, evitando assim a mobilidade fugaz da juventude do país.  
  3. É preciso intensificar a advocacia em favor dos migrantes, refugiados e requerentes de asilo, para que junto das autoridades competentes se ajude a acelerar o processo da obtenção da documentação e fazer acompanhamento das vítimas da violência, fuga à paternidade, perpetrada por nacionais contra mulheres refugiadas e vice-versa. 
  4. Percebe-se que é imprescindível que a família seja sólida, com valores que devem ser enraizados desde a base, criando referências, para evitar desestruturação da sociedade angolana. 
  5. A Pastoral das Migrações precisa avançar mais e estar melhor organizada e dinamizada; no entanto, lamenta-se a falta de apoio por parte de muitos Bispos, párocos e assistentes espirituais na implementação das atividades.  


E recomendam: 

  1. É urgente que a CEPAMI tenha um espaço próprio, a fim de propiciar amplitude geográfica e dignidade no tratamento da pessoa em situação de mobilidade. 
  2. Que as autoridades angolanas melhorem o tratamento da pessoa migrante e refugiada, atribuindo-lhes documentação, para a sua realização pessoal e familiar.
  3. A CEPAMI, através do seu presidente, continue a interagir com os Bispos no sentido de fortalecer e organizar melhor a Pastoral das Migrações onde se apresentam dificuldades para o efeito.
  4. As dioceses e arquidioceses devem motivar, resgatar e incentivar todos os animadores da Pastoral das Migrações que já foram credenciados, a fim de garantir a continuidade da missão à qual se comprometeram.
  5. Recomenda-se que a CEAST inclua nos calendários litúrgicos a celebração do Dia do Migrante e do Refugiado. E, ao mesmo tempo, maior divulgação de outras datas celebrativas, como o dia de São Cristóvão, o dia de São João Baptista Scalabrini, o dia de Nossa Senhora do Loreto (Apostolado do Mar).
  6. Que se nomeiem os Directores Nacionais dos sectores específicos para melhor dinamizar o trabalho junto da pessoa em situação de mobilidade.