Senhor Presidente,
Ilustres Autoridades de Estado e Civis,
Vossa Eminência, amados Irmãos no Episcopado,
Distintos membros do Corpo Diplomático,
Senhoras e Senhores!
[…] No mundo de hoje, nenhuma comunidade, nação ou Estado pode sobreviver e
progredir no isolamento. Como membros da única família humana, precisamos uns
dos outros e estamos dependentes uns dos outros. O Presidente Sheikh Mujibur
Rahma compreendeu e procurou incorporar este princípio na Constituição Nacional.
Imaginou uma sociedade moderna, pluralista e inclusiva, onde cada pessoa e cada
comunidade pudesse viver em liberdade, paz e segurança, respeitando a inata
dignidade e igualdade de direitos de todos. O futuro desta jovem democracia e a
saúde da sua vida política dependem essencialmente da fidelidade a esta visão
fundadora. Com efeito, só através dum diálogo sincero e do respeito pelas legítimas
diversidades é que um povo pode reconciliar as divisões, superar perspetivas
unilaterais e reconhecer a validade de pontos de vista divergentes. Uma vez que o
diálogo autêntico aposta no futuro, ele constrói unidade ao serviço do bem comum
e está atento às necessidades de todos os cidadãos, especialmente dos pobres, dos
desfavorecidos e daqueles que não têm voz.
Nos meses passados, pôde-se observar de maneira bem tangível o espírito de
generosidade e solidariedade – sinais caraterísticos da sociedade do Bangladesh –
no seu ímpeto humanitário a favor dos refugiados chegados em massa do Estado
de Rakhine, proporcionando-lhes abrigo temporário e provisões para as
necessidades primárias da vida. Isto foi conseguido à custa de não pouco sacrifício;
e foi realizado também sob o olhar do mundo inteiro. Nenhum de nós pode deixar
de estar consciente da gravidade da situação, do custo imenso exigido de
sofrimentos humanos e das precárias condições de vida de tantos dos nossos
irmãos e irmãs, a maioria dos quais são mulheres e crianças amontoados nos
campos de refugiados. É necessário que a comunidade internacional implemente
medidas resolutivas face a esta grave crise, não só trabalhando por resolver as
questões políticas que levaram à massiva deslocação de pessoas, mas também
prestando imediata assistência material ao Bangladesh no seu esforço por
responder eficazmente às urgentes carências humanas. […]