Queridos irmãos e irmãs!
Reunimo-nos hoje para rezar e refletir, impelidos por uma grande preocupação pelo Líbano ao ver mergulhado numa grave crise este país, que trago no coração e desejo visitar. Agradeço a todos os participantes por terem acolhido prontamente o convite e pela partilha fraterna. Nós pastores, sustentados pela oração do Povo santo de Deus, neste momento escuro procuramos, juntos, orientar-nos à luz de Deus. E, na sua luz, vimos antes de mais nada as nossas sombras: os erros cometidos quando não testemunhamos o Evangelho com toda a coerência, as ocasiões perdidas no caminho da fraternidade, reconciliação e plena unidade. Disto, pedimos perdão e, de coração contrito, dizemos: «Senhor, misericórdia!» (cf. Mt 15, 22).
[…] Projetos de paz e não de desgraça. Hoje, como cristãos, queremos renovar o nosso compromisso de construir um futuro juntos, porque o futuro só será pacífico se for comum. As relações entre os homens não se podem basear na busca de interesses, privilégios e lucros de parte. Isto não! A visão cristã da sociedade deriva das Bem-aventuranças, brota da mansidão e da misericórdia, leva a imitar no mundo o agir de Deus, que é Pai e deseja a concórdia entre os filhos. Nós, cristãos, somos chamados a ser semeadores de paz e artesãos de fraternidade, a não viver de rancores e remorsos passados, não fugir das responsabilidades do presente, a cultivar um olhar de esperança sobre o futuro. Acreditamos que Deus indique um único rumo para o nosso caminho: o rumo da paz. Por isso, aos irmãos e irmãs muçulmanos e doutras religiões, asseguramos abertura e disponibilidade para colaborar na construção da fraternidade e na promoção da paz. Esta «não exige vencedores nem vencidos, mas irmãos e irmãs que, não obstante as incompreensões e as feridas do passado, passem do conflito à unidade» (Discurso no Encontro inter-religioso, Ur 06/III/2021). Neste sentido, espero que este dia seja seguido de iniciativas concretas sob o signo do diálogo, do empenho educativo e da solidariedade. […]