30 Junho 2022 | Discurso do Santo Padre

DISCURSO DO PAPA FRANCISCO À DELEGAÇÃO DO PATRIARCADO ECUMÊNICO DE CONSTANTINOPLA

[…] Igrejas irmãs, povos irmãos: a reconciliação entre cristãos separados, como
contribuição para a pacificação de povos em conflito, é hoje como nunca atual,
enquanto o mundo está arrasado por uma agressão bélica cruel e insensata, na
qual muitos cristãos lutam entre si. Mas perante o escândalo da guerra, em
primeiro lugar, não é preciso fazer considerações: há que chorar, socorrer e
converter-se. Há que chorar as vítimas e o demasiado sangue derramado, a morte
de tantos inocentes, os traumas de famílias, cidades, de um povo inteiro: quanto
sofrimento naqueles que perderam os afetos mais queridos e são obrigados a
abandonar a sua casa e pátria! Depois é preciso socorrer estes irmãos e irmãs: é
uma exortação à caridade que, como cristãos, somos obrigados a exercer em
relação a Jesus migrante, pobre e ferido. Mas há também que se converter para
compreender que as conquistas armadas, expansionismos e imperialismos nada
têm a ver com o Reino que Jesus anunciou, com o Senhor da Páscoa que no
Getsémani pediu aos discípulos que renunciassem à violência, que voltassem a
colocar a espada no seu lugar, «pois todos aqueles que usarem a espada, pela
espada morrerão» (Mt 26, 52); e, eliminando todas as objeções, disse: «Basta!»
(Lc 22, 51). […]