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DISCURSO DO PAPA FRANCISCONA INAUGURAÇÃO DA 66a ASSEMBLEIA GERALDA CONFERÊNCIA EPISCOPAL ITALIANA

[…]Finalmente, a tábua de salvação que se deve lançar é o abraço acolhedor aos
migrantes: eles fogem da intolerância, da perseguição e da falta de futuro. Que
ninguém dirija o próprio olhar para o outro lado. A caridade, que é testemunho da
generosidade de muitas pessoas, é o nosso modo de viver e de interpretas a vida:
em virtude deste dinamismo, o Evangelho continuará a difundir-se por atracção.
[…]

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DISCURSO DO PAPA FRANCISCO AOS BISPOS DO BURUNDI POR OCASIÃO DA VISITA «AD LIMINA APOSTOLORUM»

Amados irmãos no episcopado!
[…] De igual modo, as pessoas consagradas, prestam testemunho da sua fé em
Jesus durante toda a sua vida. Elas «não só constituem uma ajuda necessária e
preciosa na actividade pastoral, mas são também uma manifestação da natureza
íntima da vocação cristã» (Africae munus, 118). Congratulo-me pelo trabalho
louvável que as congregações religiosas realizam nas suas obras sociais no campo
da educação, da assistência e da saúde, assim como a ajuda aos refugiados que se
encontram em grande número no vosso país. Eles manifestam «o vínculo
indissolúvel entre o acolhimento e o anúncio salvífico e um amor fraterno activo»
(Evangelii gaudium, 179). Convido-vos a acompanhar com muita solicitude a vida
religiosa, que se desenvolve nas vossas Igrejas locais. As numerosas comunidades
novas que se formam precisam do vosso discernimento atento e prudente para
garantir uma sólida formação dos seus membros e acompanhar as mudanças que
são chamados a viver em vista do bem de toda a Igreja. […]

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DISCURSO DO PAPA FRANCISCO AOS BISPOS DA CONFERÊNCIA EPISCOPAL DO BOTSWANA, ÁFRICA DO SUL E SUAZILÂNDIA EM VISITA «AD LIMINA APOSTOLORUM»

Amados Irmãos Bispos
[…] Prestei atenção também à preocupação que expressastes em relação à
diminuição da moral cristã, mas também à crescente tentação de colusão com a
desonestidade. Trata-se de uma questão que enfrentastes profeticamente na vossa
declaração pastoral sobre o problema da corrupção. Como sublinhastes, «a
corrupção é um furto feito aos pobres… fere aqueles que são mais vulneráveis…
prejudica a comunidade inteira… aniquila a nossa confiança». A comunidade cristã
é chamada a ser coerente com o seu testemunho das virtude da honestidade e da
integridade, a fim de podermos estar diante do Senhor e do nosso próximo com as
mãos limpas e o coração puro (cf. Sl 24, 4), como fermento do Evangelho na vida
da sociedade. Tendo presente este imperativo moral, sei que continuareis a
enfrentar esta e outras graves solicitudes sociais, como o flagelo dos refugiados e
dos migrantes. Possam estes homens e mulheres ser sempre recebidos pelas
nossas comunidades católicas, encontrando nelas corações e lares abertos,
enquanto procuram começar uma nova vida. […]

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DISCURSO DO PAPA FRANCISCO AO PONTIFÍCIO COMITÉ DAS CIÊNCIAS HISTÓRICAS

Queridos irmãos e irmãs!
[…] Entre as iniciativas que tendes em programa, penso em particular no congresso
internacional pelo centenário do início da Primeira Guerra Mundial. Nele analisareis
as mais recentes descobertas da pesquisa, com atenção especial às iniciativas
diplomáticas da Santa Sé durante aquele trágico conflito e ao contributo oferecido
pelos católicos e por outros cristãos no socorro dos feridos, prófugos, órfãos e
viúvas, na busca dos desaparecidos, e também à reconstrução de um mundo
dilacerado, pelo queBento XVdefiniu «massacre inútil» (Carta aos Chefes dos povos
beligerantes, 1 de Agosto de 1917). E ainda hoje ressoa, mais actual do que nunca,
o apelo urgente dePio XII: «Nada se perde com a paz. Tudo se perde com a
guerra» (Radiomensagem , 24 de Agosto de 1939). Quando escutamos de novo
essas palavras proféticas, damo-nos conta verdadeiramente de que a história é
magistra vitae.[…]

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DISCURSO DO PAPA FRANCISCO AOS PARTICIPANTES NO ENCONTRO SOBRE O TRÁFICO DE PESSOAS

Senhores Cardeais
Prezados Irmãos
Ilustres Senhores e Senhoras!
Saúdo todos vós que participais neste encontro, o segundo convocado no Vaticano
para colaborar em conjunto contra o tráfico de seres humanos. Estou grato ao
Cardeal Nichols e à Conferência Episcopal da Inglaterra e do País de Gales por o ter

promovido, e à Pontifícia Academia das Ciências Sociais por o ter hospedado. Trata-
se de um encontro muito importante, mas é também um gesto: é um gesto da

Igreja, um gesto das pessoas de boa vontade, que quer bradar: «Chega!».
O tráfico de seres humanos é uma ferida no corpo da humanidade contemporânea,
uma chaga na carne de Cristo. Trata-se de um delito contra a humanidade. O nosso
encontrar-nos aqui, para unir os nossos esforços, significa que desejamos que as
estratégias e competências sejam acompanhadas e fortalecidas pela compaixão
evangélica, pela proximidade aos homens e mulheres que se tornaram vítimas
deste crime.[…]

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PAPA FRANCISCO AUDIÊNCIA GERAL

[…] Não esqueçamos que a tutela cheia de esmero da vida do Menino comportou
também a fuga para o Egipto, a dura experiência de viver como refugiados — José
foi um refugiado, juntamente com Maria e Jesus — para fugir da ameaça de
Herodes.[…]

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PAPA FRANCISCO ANGELUS

Depois do Angelus:
Irmãos e irmãs, saúdo todos vós, queridos fiéis de Roma e peregrinos!
Uma palavra vai para a Comunidade Papa João XXIII, fundada por Dom Oreste
Benzi, que vai conduzir uma “Via Crucis” especial para as mulheres vítimas de
tráfico nas ruas do centro de Roma na próxima sexta-feira. Estes são bons! […]

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PAPA FRANCISCO AUDIÊNCIA GERAL

[…] Viver o Baptismo até ao fundo — eis o segundo convite — significa também
não se habituar com as situações de degradação e de miséria que encontramos,
quando caminhamos pelas ruas das nossas cidades e dos nossos povoados. Persiste
o risco de aceitar passivamente determinados comportamentos, sem nos
surpreendermos perante as realidades tristes que nos circundam. Habituamo-nos
com a violência, como se ela fosse uma notícia diária normal; acostumamo-nos
com os irmãos e as irmãs que dormem ao relento, que não dispõem de um abrigo
onde se refugiar. Habituamo-nos com os refugiados em busca de liberdade e de
dignidade, que não são acolhidos como deveriam.[…]

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MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO AOS FIÉIS BRASILEIROS POR OCASIÃO DA CAMPANHA DA FRATERNIDADE DE 2014

Queridos brasileiros
Sempre lembrado do coração grande e da acolhida calorosa com que me
estenderam os braços na visita de fins de julho passado, peço agora licença para
ser companheiro em seu caminho quaresmal, que se inicia no dia 5 de março,
falando-lhes da Campanha da Fraternidade que lhes recorda a vitória da Páscoa: «É
para a liberdade que Cristo nos libertou» (Gal 5,1). Com a sua Paixão, Morte e
Ressurreição, Jesus Cristo libertou a humanidade das amarras da morte e do
pecado. Durante os próximos quarenta dias, procuraremos conscientizar-nos mais e
mais da misericórdia infinita que Deus usou para conosco e logo nos pediu para
fazê-la transbordar para os outros, sobretudo aqueles que mais sofrem: «Estás
livre! Vai e ajuda os teus irmãos a serem livres!». Neste sentido, visando mobilizar
os cristãos e pessoas de boa vontade da sociedade brasileira para uma chaga social
qual é o tráfico de seres humanos, os nossos irmãos bispos do Brasil lhes propõem

este ano o tema “Fraternidade e Tráfico Humano”.

Não é possível ficar impassível, sabendo que existem seres humanos tratados como
mercadoria! Pense-se em adoções de criança para remoção de órgãos, em
mulheres enganadas e obrigadas a prostituir-se, em trabalhadores explorados, sem
direitos nem voz, etc. Isso é tráfico humano! «A este nível, há necessidade de um
profundo exame de consciência: de fato, quantas vezes toleramos que um ser
humano seja considerado como um objeto, exposto para vender um produto ou
para satisfazer desejos imorais? A pessoa humana não se deveria vender e comprar
como uma mercadoria. Quem a usa e explora, mesmo indiretamente, torna-se
cúmplice desta prepotência» (Discurso aos novos Embaixadores, 12 de dezembro
de 2013). Se, depois, descemos ao nível familiar e entramos em casa, quantas
vezes aí reina a prepotência! Pais que escravizam os filhos, filhos que escravizam
os pais; esposos que, esquecidos de seu chamado para o dom, se exploram como
se fossem um produto descartável, que se usa e se joga fora; idosos sem lugar,
crianças e adolescentes sem voz. Quantos ataques aos valores basilares do tecido
familiar e da própria convivência social! Sim, há necessidade de um profundo
exame de consciência. Como se pode anunciar a alegria da Páscoa, sem se
solidarizar com aqueles cuja liberdade aqui na terra é negada?
Queridos brasileiros, tenhamos a certeza: Eu só ofendo a dignidade humana do
outro, porque antes vendi a minha. A troco de quê? De poder, de fama, de bens
materiais… E isso – pasmem! – a troco da minha dignidade de filho e filha de Deus,
resgatada a preço do sangue de Cristo na Cruz e garantida pelo Espírito Santo que
clama dentro de nós: «Abbá, Pai!» (cf. Gal 4,6). A dignidade humana é igual em
todo o ser humano: quando piso-a no outro, estou pisando a minha. Foi para a
liberdade que Cristo nos libertou! No ano passado, quando estive junto de vocês
afirmei que o povo brasileiro dava uma grande lição de solidariedade; certo disso,
faço votos de que os cristãos e as pessoas de boa vontade possam comprometer-se
para que mais nenhum homem ou mulher, jovem ou criança, seja vítima do tráfico

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humano! E a base mais eficaz para restabelecer a dignidade humana é anunciar o
Evangelho de Cristo nos campos e nas cidades, pois Jesus quer derramar por todo o

lado vida em abundância (cf. Evangelii gaudium, 75). […]

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PAPA FRANCISCO ANGELUS

Depois do Angelus
Hoje celebra-se o Dia Mundial dos Migrantes e Refugiados, sobre o tema «Migrantes
e refugiados: rumo a um mundo melhor», que desenvolvi na Mensagem publicada
já há tempos. Dirijo uma saudação especial aos representantes de várias
comunidades étnicas aqui congregadas, de modo particular as comunidades
católicas de Roma. Caros amigos, vós estais próximos do coração da Igreja, porque
a Igreja é um povo a caminho rumo ao Reino de Deus, que Jesus Cristo trouxe para
o meio de nós. Não percais a esperança de um mundo melhor! Faço votos a fim de
que vivais em paz nos países que vos acolhem, conservando os valores das vossas
culturas de origem. Gostaria de agradecer àqueles que trabalham com os migrantes
para os acolher e acompanhar nos seus momentos difíceis, para os defender de
quantos o beato Scalabrini definia «mercadores de carne humana», que querem
escravizar os migrantes! De maneira particular, gostaria de agradecer à
Congregação dos Missionários de São Carlos, os sacerdotes e as religiosas
Scalabrinianos, que fazem um grande bem à Igreja, tornando-se migrantes com os

migrantes.

Neste momento pensemos nos numerosos migrantes e refugiados, nos seus
sofrimentos e na sua vida, muitas vezes desempregados, sem documentos, com
tantos sofrimentos; e todos juntos podemos dirigir uma oração pelos migrantes e
refugiados que vivem situações mais graves e difíceis: Ave Maria…[…]