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DISCURSO DO PAPA FRANCISCOAOS BISPOS DO ZIMBÁBUEEM VISITA «AD LIMINA APOSTOLORUM»

[…] A Igreja no vosso país permaneceu ao lado do seu povo, tanto antes como
depois da independência, inclusive durante estes anos de imenso sofrimento em
que milhões de pessoas abandonaram o país devido à frustração e ao desespero,
em que se perderam muitas vidas, em que se derramaram lágrimas copiosas. No
exercício do vosso ministério profético, destes uma voz forte a todas as pessoas em
dificuldade no vosso país, especialmente aos oprimidos e aos refugiados. Penso de
maneira particular na vossa Carta pastoral de 2007, Deus escuta o clamor dos
oprimidos: «O povo que sofre no Zimbábue geme em agonia: “Sentinela, Sentinela,
em que pé está a noite?”». Nela demonstrastes que a crise é tanto espiritual como
moral, estendendo-se desde os tempos coloniais até ao presente e que, em última
análise, as «estruturas de pecado» inseridas na ordem social estão radicadas no
pecado pessoal, exigindo por isso de todos uma profunda conversão pessoal e um
renovado sentido moral, iluminado pelo Evangelho.[…]

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DISCURSO DO PAPA FRANCISCOAOS ORGANISMOS DE CARIDADE CATÓLICOSQUE TRABALHAM NO CONTEXTO DA CRISE NA SÍRIA

Eminência, Excelências Prezados irmãos e irmãs
Agradeço-vos a vossa presença neste encontro, promovido pelo Pontifício Conselho
Cor Unum. Estou-vos grato principalmente pela contribuição quotidiana que vós,
como organismos de caridade católicos, continuais a oferecer na Síria e nos países
próximos, para ajudar as populações atingidas por aquele terrível conflito. Saúdo o
Cardeal Robert Sarah e dirijo calorosas boas-vindas a todos vós, especialmente a
quantos se puseram a caminho do Médio Oriente para estar hoje aqui — e também
eu trago nos olhos e no coração o Médio Oriente, depois da minha peregrinação à
Terra Santa nos últimos dias.
Há um ano reunimo-nos para confirmar o compromisso da parte da Igreja nesta
crise e para, juntos, lançar um apelo a favor da paz na Síria. Agora encontramo-nos
de novo, para traçar um balanço do trabalho até hoje levado a cabo e para renovar
a vontade de prosseguir este caminho, com uma colaboração ainda mais estreita.
No entanto, temos o dever de reconhecer com profunda dor que a crise síria ainda
não foi resolvida, aliás continua, enquanto subsiste o risco de nos habituarmos à
mesma, de esquecermos as vítimas quotidianas, os sofrimentos indescritíveis, os
milhares de refugiados, entre os quais idosos e crianças, que padecem e às vezes
morrem de fome e de enfermidades causadas pela própria guerra. Esta indiferença
faz mal! Mais uma vez, devemos repetir o nome da doença que nos faz tão mal no
mundo de hoje: a globalização da indiferença.[…]

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AUDIÊNCIA GERAL

Na Jordânia agradeci às Autoridades e ao povo o compromisso assumido no
acolhimento de numerosos refugiados provenientes das regiões de guerra, um
esforço humanitário que merece e exige o apoio constante da parte da Comunidade
internacional. Fiquei impressionado com a generosidade do povo jordano na
recepção dos refugiados, de tantas pessoas que fogem da guerra naquela região.
Que o Senhor abençoe aquele povo hospitaleiro, que o encha de bênçãos! Quanto a
nós, devemos rezar a fim de que o Senhor abençoe esta hospitalidade, pedindo a
todas as instituições internacionais que ajudem aquele povo neste trabalho de
acolhimento que leva a cabo. Durante a peregrinação, encorajei também noutros
lugares as Autoridades a procurar dar continuidade aos esforços para diminuir as
tensões na região médio-oriental, principalmente na martirizada Síria, bem como a
continuar a busca de uma solução equitativa para o conflito israelo-palestino. Foi
por isto que convidei o Presidente de Israel e o Presidente da Palestina, ambos
homens de paz e pacificadores, para virem ao Vaticano, a fim de rezar juntos
comigo pela paz. E por favor, peço-vos que não nos deixeis sozinhos: orai, rezai
muito para que o Senhor nos conceda a paz, que ofereça a paz àquela Terra
abençoada! Conto com as vossas orações. Rezai com força neste tempo, orai muito
para que chi[…]
[…]Dirijo um pensamento especial aos jovens, aos doentes e aos recém-casados.
Estamos prestes a encerrar o mês mariano. Caros jovens, a Mãe de Deus seja o
vosso refúgio nos momentos mais difíceis; sustente-vos, amados doentes, para
enfrentar com coragem a vossa cruz diária; e seja a vossa referência, estimados
recém-casados, a fim de que a vossa família seja um lar de oração e compreensão
recíproca. Obrigado!

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SANTA MISSAHOMILIA DO DO SANTO PADRE

[…] Que graça grande celebrar a Eucaristia junto do lugar onde nasceu Jesus!
Agradeço a Deus e agradeço a vós que me acolhestes nesta minha peregrinação: o
Presidente Mahmoud Abbas e demais autoridades; o Patriarca Fouad Twal, os
outros Bispos e os Ordinários da Terra Santa, os sacerdotes, os dedicados
Franciscanos, as pessoas consagradas e quantos trabalham por manter viva a fé, a
esperança e a caridade nestes territórios; as delegações de fiéis vindas de Gaza, da
Galileia, os imigrantes da Ásia e da África. Obrigado pela vossa recepção! […]
[…] Infelizmente, neste mundo que desenvolveu as tecnologias mais sofisticadas,
ainda há tantas crianças em condições desumanas, que vivem à margem da
sociedade, nas periferias das grandes cidades ou nas zonas rurais. Ainda hoje há
tantas crianças exploradas, maltratadas, escravizadas, vítimas de violência e de
tráficos ilícitos. Demasiadas são hoje as crianças exiladas, refugiadas, por vezes
afundadas nos mares, especialmente nas águas do Mediterrâneo. De tudo isto nos
envergonhamos hoje diante de Deus, Deus que Se fez Menino. […]

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CERIMÓNIA DE BOAS-VINDASDISCURSO DO SANTO PADRE

Majestade,
Excelências,
Amados Irmãos Bispos,
Queridos Amigos!
[…] Este País oferece generoso acolhimento a um grande número de refugiados
palestinenses, iraquianos e vindos de outras áreas de crise, nomeadamente da
vizinha Síria, abalada por um conflito que já dura há muito tempo. Tal acolhimento
merece, Majestade, a estima e o apoio da comunidade internacional. A Igreja
Católica quer, na medida das suas possibilidades, empenhar-se na assistência aos
refugiados e a quem vive em necessidade, sobretudo através da Cáritas Jordana.

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SANTA MISSAHOMILIA DO SANTO PADRE

[…] Neste espírito, vos abraço a todos: o Patriarca, os irmãos Bispos, os
sacerdotes, as pessoas consagradas, os fiéis leigos, a multidão de crianças que
hoje fazem a Primeira Comunhão e os seus familiares. Com todo o meu coração
saúdo também os numerosos refugiados cristãos; e não só eu, mas todos nós
saudamos, com todo o nosso coração, os numerosos refugiados cristãos que vieram
da Palestina, da Síria e do Iraque: levai às vossas famílias e comunidades a minha
saudação e a minha solidariedade.[…]

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ENCONTRO COM OS REFUGIADOS E COM JOVENS DEFICIENTESDISCURSO DO SANTO PADRE

Estimadas Autoridades, Eminências, Excelências,
Amados irmãos e irmãs!
Na minha peregrinação, desejei ardentemente encontrar-me convosco que, devido
a conflitos sangrentos, tivestes de deixar as vossas casas e a vossa pátria,
encontrando refúgio nesta terra hospitaleira da Jordânia e também convosco,
queridos jovens, que sentis o peso de alguma limitação física.[…]
[…] Agradeço às autoridades e ao povo jordano pela generosa hospitalidade dada a
um número altíssimo de refugiados provenientes da Síria e do Iraque, e estendo os
meus agradecimentos a todos aqueles que lhes prestam ajuda nas várias obras de
assistência e solidariedade. Penso também na obra de caridade realizada por
instituições da Igreja como a Cáritas Jordana e outras que, assistindo os
necessitados sem distinção de crença religiosa, filiação étnica ou ideológica,
manifestam o esplendor do rosto caritativo de Jesus, que é misericordioso. Deus
todo-poderoso e clemente vos abençoe a todos e a cada um dos vossos esforços
por aliviar os sofrimentos causados pela guerra!
Faço apelo à comunidade internacional para que não deixe sozinha a Jordânia, tão
acolhedora e corajosa, a enfrentar a emergência humanitária provocada pela
chegada ao seu território de um número tão alto de refugiados, mas continue e
incremente a sua acção de apoio e ajuda. Renovo o meu apelo mais veemente pela
paz na Síria. Cessem as violências e seja respeitado o direito humanitário,
garantindo a necessária assistência à população que sofre! Todos ponham de parte
a pretensão de deixar às armas a solução dos problemas e voltem ao caminho das
negociações. Na realidade, a solução só pode vir do diálogo e da moderação, da
compaixão por quem sofre, da busca de uma solução política e do sentido de

responsabilidade pelos irmãos. […]

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MENSAGEM DO PAPA FRANCISCOPOR OCASIÃO DA 103a SESSÃO DA CONFERÊNCIADA ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO (OIT)

[…] Outro problema grave, relacionado com o precedente, que o nosso mundo deve
enfrentar, refere-se à migração de massa: já o notável número de homens e de
mulheres que são obrigados a procurar um trabalho distante da própria Pátria é
motivo de preocupação. Não obstante a sua esperança num porvir melhor,
frequentemente eles encontram incompreensão e exclusão, sem mencionar as
ocasiões em que fazem a experiência de tragédias e de desastres. Depois de
enfrentarem tais sacrifícios, estes homens e estas mulheres muitas vezes não
conseguem encontrar um trabalho digno e, assim, tornam-se vítimas de uma certa
«globalização da indiferença». A sua situação expõe-nos a outros perigos, como o
horror do tráfico de seres humanos, o trabalho forçado e a redução à escravidão. É
inaceitável que no nosso mundo o trabalho levado a cabo por escravos se tenha
tornado moeda corrente (cf. Mensagem para o Dia Mundial dos Migrantes e dos
Refugiados, 5 de Agosto de 2013). Isto não pode continuar assim! O tráfico de
seres humanos é um flagelo, um crime contra a humanidade inteira. Chegou o
momento de unir as forças e de trabalhar juntos para libertar as vítimas de tais
tráficos e para erradicar este crime, que atinge todos nós, desde as famílias
individualmente até à comunidade mundial no seu conjunto (cf. Discurso a novos
Embaixadores acreditados junto da Santa Sé, 12 de Dezembro de 2013).
Chegou também o momento de fortalecer as formas existentes de cooperação e de
traçar caminhos novos para aumentar a solidariedade. Isto exige: um compromisso
renovado em benefício da dignidade de cada pessoa; uma realização mais
determinada dos padrões internacionais a propósito do trabalho; a planificação para
um desenvolvimento focalizado na pessoa humana como protagonista central e
principal beneficiário; uma nova avaliação das responsabilidades das sociedades
multinacionais nos países onde elas se encontram, incluindo os sectores da gestão
do lucro e do investimento; e um esforço coordenado para encorajar os governos a
facilitar as transferências dos migrantes, para o benefício de todos, eliminando
deste modo o tráfico de seres humanos e as perigosas condições de viagem. Uma
cooperação eficaz nestes campos será favorecida de maneira notável pela definição
de futuras finalidades sustentáveis de desenvolvimento. Como recentemente
expressei ao Secretário-Geral e aos Chefes Executivos da Organização das Nações
Unidas: «Os futuros objectivos do desenvolvimento sustentável deveriam ser
formulados com generosidade e coragem, para que consigam incidir efectivamente
sobre as causas estruturais da pobreza e da fome, obtenham ulteriores resultados
substanciais a favor da preservação do meio ambiente, garantam um trabalho
decente para todos e protejam adequadamente a família, elemento essencial de
qualquer desenvolvimento económico e social sustentável».
[…]

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DISCURSO DO PAPA FRANCISCOAOS BISPOS DO MÉXICO POR OCASIÃODA VISITA «AD LIMINA APOSTOLORUM»

Agradeço-vos a visita. Obrigado ao Presidente da Conferência, Cardeal Robles. O
discurso que assinei ser-vos-á entregue, a cada um, assim posso saudar-vos um
por um como queríeis. Obrigado pela vossa proximidade. Aprendi muito daquilo que
me dissestes. Deixastes-me preocupações sérias em relação às vossas Igrejas:
algumas sofrem muito devido aos problemas que o Cardeal Robles mencionou. São
problemas sérios. No entanto, vejo que a vossa Igreja está consolidada sobre
fundamentos muito sólidos. E em vós é muito forte o vínculo com a Mãe do
Senhor… E isto é muito importante! É muito importante! Maria não vos deixará
sozinhos diante de tantos problemas, tão dolorosos… Alguns dos seus filhos
atravessam a fronteira, todos os problemas das migrações, os que não chegam ao
outro lado… Filhos que morrem, assassinados por mãos de sicários recrutados…
Todos problemas sérios! E também a droga, que hoje é uma situação que vos faz
sofrer gravemente. Um sofrimento quando um camponês vos diz: «Que queres que
eu faça? Se cultivo milho vivo um mês, mas se planto ópio vivo o ano inteiro!».
Estai com o vosso povo, sempre! A única recomendação que vos daria, feita com o
coração — também o discurso foi feito com o coração, mas esta é ainda mais de
coração — é a dupla transcendência. A primeira transcendência está na oração ao
Senhor: não vos esqueçais da oração. É a «negociação» dos Bispos com Deus pelo
próprio povo. Não vos esqueçais! E a segunda transcendência, a proximidade ao
próprio povo. E com estas duas intenções, vamos em frente! Com esta dupla
intenção, continuemos! Rezai por mim que eu rezo por vós. E muito obrigado![…]
[…] Conheço o vosso compromisso pelos necessitados, pelas pessoas sem recursos,
os desempregados, os que trabalham em condições desumanas, os que não têm
acesso aos serviços sociais, os migrantes em busca de melhores condições de vida,
os camponeses… Sei da vossa preocupação pelas vítimas do narcotráfico e pelos
grupos sociais mais vulneráveis, e do vosso compromisso pela defesa dos direitos
humanos e o desenvolvimento integral da pessoa. Tudo isto, que é expressão da
«íntima ligação» existente entre o anúncio do Evangelho e a busca do bem do
próximo (cf. Exortação Apostólica Evangelii gaudium, 178), sem dúvida contribui
para dar credibilidade à Igreja e relevância à voz dos seus Pastores.

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DISCURSO DO PAPA FRANCISCOAOS NOVOS EMBAIXADORES DA SUÍÇA,LIBÉRIA, ETIÓPIA, SUDÃO, JAMAICA,ÁFRICA DO SUL E ÍNDIA JUNTO DA SANTA SÉPOR OCASIÃO DA APRESENTAÇÃO DAS CARTAS CREDENCIAIS

[…] Olhando para os desafios que neste nosso tempo é urgente enfrentar para
construir um mundo mais pacífico, gostaria de sublinhar dois: o comércio das
armas e as migrações forçadas.[…]
[…] Outro desafio à paz que está diante dos nossos olhos, e que adquire em certas
regiões e em certos momentos o carácter de uma verdadeira tragédia humana, é o
das migrações forçadas. Trata-se de um fenómeno muito complexo, e é necessário
reconhecer que estão a ser realizados esforços notáveis da parte das Organizações
internacionais, dos Estados, das forças sociais, assim como das comunidades
religiosas e do voluntariado, para procurar responder de forma civil e organizada
aos aspectos mais críticos, às emergências, às situações de maior necessidade.
Mas, também a este propósito, damo-nos conta de que não podemos limitar-nos a
resolver as emergências. O fenómeno já se manifestou em toda a sua amplitude e
com o seu carácter, por assim dizer, epocal. Chegou a hora de o enfrentar com um
olhar político sério e responsável, que envolva todos os níveis: global, continental,
de macro-região, de relações entre as Nações, até ao nível nacional e local..
[…]O fenómeno das migrações forçadas está estreitamente ligado aos conflitos e às
guerras, e portanto também ao problema da proliferação das armas, sobre o qual
falei antes. São feridas de um mundo que é o nosso mundo, no qual Deus nos
colocou para viver hoje e nos chama a ser responsáveis dos nossos irmãos e irmãs,
para que nenhum ser humano seja violado na sua dignidade. Seria uma contradição
absurda falar de paz, negociar a paz e, ao mesmo tempo, promover ou permitir o
comércio de armas. Poderíamos também pensar que seria uma atitude num certo
sentido cínica proclamar os direitos humanos e, ao mesmo tempo, ignorar ou não
assumir a responsabilidade de homens e mulheres que, obrigados a deixar a sua
terra, morrem na tentativa ou não são acolhidos pela solidariedade
internacional.[…]