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DISCURSO DO PAPA FRANCISCO A UM GRUPO DE PARLAMENTARES E POLÍTICOS DA PROVÍNCIA DE MARSELHA (FRANÇA)

[…] Penso também nos migrantes e nos refugiados que abandonaram os seus países por causa da guerra, da miséria e da violência, e naquilo que já foi feito para ir em sua ajuda. Trata-se de perseverar na busca de meios compatíveis com o bem de todos, para os acolher, proteger e promover o seu desenvolvimento humano integral, e para os inserir na sociedade (cf. Mensagem para o Dia Mundial da Paz, 1º de janeiro de 2018). Assim, pode-se contribuir para a construção de uma sociedade mais justa, mais humana e mais fraterna. Confio o vosso caminho a Cristo, fonte da nossa esperança e do nosso compromisso ao serviço do bem comum, e invoco a Bênção do Senhor sobre vós, as vossas famílias, o vosso país e também sobre os Bispos que vos acompanham. Obrigado!

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VISITA À COMUNIDADE DE SANTO EGÍDIO POR OCASIÃO DO 50º ANIVERSÁRIO DE FUNDAÇÃO DISCURSO DO PAPA FRANCISCO

[…] Hoje o mundo é muitas vezes habitado pelo medo, também pela raiva, dizia o professor Riccardi, a qual é irmã do medo. Trata-se de uma doença antiga: na Bíblia aparece com frequência o convite a não ter medo. A nossa época conhece grandes temores diante das vastas dimensões da globalização. E os temores concentram-se muitas vezes em quem é estrangeiro, diferente de nós, pobre, como se fosse um inimigo. Chega-se a fazer planos de desenvolvimento das nações, sob a orientação da luta contra estas pessoas. E então defendemo-nos destas pessoas, julgando preservar aquilo que possuímos ou o que somos. A atmosfera de medo pode contagiar até os cristãos que, como aquele servo da parábola, escondem o dom recebido: não o investem no futuro, não o partilham com o próximo, mas conservamno para si mesmo: “Eu pertenço àquela associação…; sou dessa comunidade…”; “disfarçam” a própria vida com isto e não deixam florescer o talento. Se permanecemos sós, somos facilmente arrebatados pelo medo. Mas o vosso caminho leva-vos a olhar juntos para o futuro: não sozinhos, não para vós mesmos. Juntos, com a Igreja. Beneficiastes do grande impulso à vida comunitária e ao ser povo de Deus, vindo do Concílio Vaticano II, que afirma: «Contudo, aprouve a Deus salvar e santificar os homens, não individualmente, excluindo qualquer ligação entre eles, mas constituindo-os como um único povo» (Const. dogm. Lumen gentium, 9). A vossa Comunidade, fundada nos finais dos anos sessenta, é filha do Concílio, da sua mensagem e do seu espírito. O futuro do mundo parece incerto, sabemo-lo, sentimo-lo todos os dias nos telejornais. Vede quantas guerras abertas! Sei que rezais e trabalhais pela paz. Pensemos nas dores do povo sírio, o amado e martirizado povo sírio, cujos refugiados acolhestes na Europa, através dos “corredores humanitários”. Como é possível que, depois das tragédias do século XX, ainda se possa voltar a cair na mesma lógica absurda? Mas a Palavra do Senhor é luz na escuridão e oferece esperança de paz; ajuda-nos a não ter medo nem sequer diante da força do mal. Escrevestes as palavras do Salmo: «A vossa palavra é uma lâmpada que ilumina os meus passos, é uma luz no meu caminho» (119 [118], 105). Acolhemos a Palavra de Deus entre nós com espírito de festa. Com este espírito recebestes aquilo que eu quis propor para cada comunidade, no encerramento do Jubileu da Misericórdia: que um domingo por ano seja dedicado à Palavra de Deus (cf. Carta Apost. Misericordia et misera, 7). No passado a Palavra de Deus protegeu-vos das tentações da ideologia e hoje liberta-vos da intimidação do medo. Por isso, exorto-vos a amar e a frequentar sempre mais a Bíblia. Cada um encontrará nela a nascente da misericórdia pelos pobres, pelos feridos da vida e da guerra. A Palavra de Deus é a lâmpada com a qual olhar para o futuro, inclusive desta Comunidade. À sua luz podemos ler os sinais dos tempos. O beato Paulo VI dizia: «A descoberta dos “sinais dos tempos” […] deriva de um confronto da fé com a vida», de tal modo que «para nós o mundo se torna um livro» (Audiência geral, 16 de abril de 1969: Insegnamenti VII, 1969, 919). Um livro que deve ser lido com o olhar e o coração de Deus. Esta é a espiritualidade que vem do Concílio e que ensina uma grande e atenta compaixão pelo mundo. Desde que a vossa Comunidade nasceu, o mundo tornou-se “global”: a economia e as comunicações, por assim dizer, “unificaram-se”. Mas para muitas pessoas, especialmente pobres, ergueram-se novos muros. As diversidades são ocasião de hostilidade e de conflito; ainda deve ser construída uma globalização da solidariedade e do espírito. O futuro do mundo global consiste em viver juntos: este ideal exige o compromisso de edificar pontes, manter aberto o diálogo, continuar a encontrar-se. Não é apenas um dado político ou organizacional. Cada um é chamado a mudar o próprio coração, assumindo um olhar misericordioso em relação ao outro, para ser tornar artífice de paz e profeta de misericórdia. O samaritano da parábola ocupou-se do homem meio morto na estrada, porque o «viu e sentiu compaixão» (Lc 10, 33). O samaritano não tinha uma responsabilidade específica pelo homem ferido, e era estrangeiro. No entanto, comportou-se como irmão, porque teve um olhar de misericórdia. Por sua vocação, o cristão é irmão de cada homem, de modo particular se for pobre, e até se for inimigo. Nunca digais: “Que tenho a ver com isto?”. Uma bonita palavra para lavar as mãos! “Que tenho a ver com isto?”. Um olhar misericordioso compromete-nos na audácia criativa do amor, tão necessária! Somos irmãos de todos e, por isso, profetas de um mundo novo; e a Igreja é sinal de unidade do género humano, entre povos, famílias e culturas. Gostaria que esta celebração fosse um aniversário cristão: não um tempo para avaliar os resultados ou as dificuldades; não a hora dos balanços, mas o tempo em que a fé é chamada a tornar-se nova audácia pelo Evangelho. A audácia não é a coragem de um dia, mas a paciência de uma missão quotidiana na cidade e no mundo. É a missão de voltar a urdir pacientemente o tecido humano das periferias, que a violência e o empobrecimento dilaceraram; de anunciar o Evangelho através da amizade pessoal; de demonstrar como uma vida se torna verdadeiramente humana, quando é vivida ao lado dos mais pobres; de criar uma sociedade em que ninguém mais seja estrangeiro. É a missão de ultrapassar os confins e os muros, a fim de reunir. Hoje, ainda mais, prossegui audaciosamente ao longo deste caminho. Continuai a estar ao lado das crianças das periferias, com as Escolas da Paz, que eu visitei; continuai a estar ao lado dos idosos: às vezes são descartados, mas para vós são amigos. Continuai a abrir corredores humanitários para os refugiados da guerra e da fome. Os pobres são o vosso tesouro! O apóstolo Paulo escreve: «Ninguém ponha a sua glória nos homens. Tudo é vosso […] Mas vós sois de Cristo, e Cristo é de Deus» (1 Cor 3, 21.23). Vós sois de Cristo! Este é o profundo sentido da vossa história até hoje, mas é sobretudo a chave com a qual enfrentar o futuro. Sede sempre de Cristo na oração, no cuidado dos seus irmãos mais pequeninos e na busca da paz, porque Ele é a nossa paz. Ele caminhará convosco, proteger-vos-á e guiar-vos-á! Rezo por vós e vós orai por mim. Obrigado!

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DISCURSO DO PAPA FRANCISCO AOS MEMBROS DA COMISSÃO INTERNACIONAL CATÓLICA PARA AS MIGRAÇÕES

Prezados irmãos e irmãs! Dou-vos as boas-vindas por ocasião do Conselho Plenário da Comissão Internacional Católica para as Migrações. Agradeço cordialmente ao Presidente, Cardeal Njue — que tem um grande sentido de humor — as suas palavras de saudação e a breve síntese dos vossos trabalhos. Como já fez São João Paulo II, evocando palavras do beato Giovanni Battista Montini, quero reiterar que a causa deste organismo, do qual fazeis parte, é a causa do próprio Cristo (cf. Discurso aos Membros da CICM, 12 de novembro de 2001: Insegnamenti XXIV, 2 [2001], 712). Esta realidade não mudou com o tempo; pelo contrário, o compromisso fortaleceu-se em consideração das condições desumanas em que vivem milhões de irmãos e irmãs migrantes e refugiados em várias partes do mundo. Assim como aconteceu na época do povo de Israel, escravo no Egito, o Senhor ouve o seu clamor e conhece os seus sofrimentos (cf. Êx 3, 7). A libertação dos miseráveis, dos oprimidos e dos perseguidos faz parte integrante, tanto hoje como ontem, da missão que Deus confiou à Igreja. E o trabalho da vossa Comissão representa uma expressão tangível deste compromisso missionário. Muitas coisas mudaram desde 1951, data da sua fundação: as necessidades tornaram-se cada vez mais complexas; os instrumentos para lhes responder fizeram-se mais sofisticados; o serviço tornou-se gradualmente mais profissional. No entanto, nenhuma destas mudanças conseguiu — graças a Deus — debelar a fidelidade da Comissão à sua missão. Obrigado! O Senhor mandou Moisés para o meio do seu povo oprimido, para enxugar as lágrimas e restituir a esperança (cf. Êx 3, 16-17). Em mais de sessenta e cinco anos de atividade, a Comissão distinguiu-se na realização, em nome da Igreja, de uma poliédrica obra de assistência aos migrantes e aos refugiados, nas mais variegadas situações de vulnerabilidade. As múltiplas iniciativas tomadas nos cinco continentes representam declinações exemplares dos quatro verbos — acolher, proteger, promover, integrar — com os quais eu quis explicitar a resposta pastoral da Igreja face às migrações (cf. Mensagem para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado de 2018, 15 de agosto de 2017). Faço votos a fim de que esta obra continue, animando as Igrejas locais a dedicar-se às pessoas que foram obrigadas a deixar a própria pátria e que muitas vezes se tornam vítimas de enganos, violências e abusos de todos os tipos. Graças à experiência inestimável, acumulada durante tantos anos de trabalho, a Comissão pode oferecer uma assistência qualificada às Conferências episcopais e às Dioceses que ainda procuram organizar-se para melhor responder a este desafio epocal. «Portanto vai, Eu envio-te ao faraó para que tu tires do Egito os israelitas, meu povo!» (Êx 3, 10). Assim o Senhor enviou Moisés ao faraó, para o convencer a libertar o seu povo. Para libertar os oprimidos, os descartados e os escravos de hoje, é essencial promover um diálogo aberto e sincero com os governantes, um diálogo que valorize a experiência vivida, dos sofrimentos e das aspirações do povo, para chamar cada um às próprias responsabilidades. Os processos iniciados pela Comunidade internacional, em prol de um pacto global sobre os refugiados, e outro para uma migração segura, ordenada e regular, representam um espaço privilegiado para realizar este diálogo. A Comissão comprometeu-se em primeira linha também nisto, oferecendo uma contribuição válida e competente para encontrar os novos caminhos desejados pela Comunidade internacional a fim de responder com prudência a estes fenómenos, que caraterizam a nossa época. E alegro-me porque muitas Conferências episcopais aqui representadas estão a caminhar nesta direção, numa comunhão de intenções que testemunha ao mundo inteiro a solicitude pastoral da Igreja pelos nossos irmãos e irmãs migrantes e refugiados. O trabalho não acabou. Juntos, devemos encorajar os Estados a concordar respostas mais adequadas e eficazes aos desafios levantados pelos fenómenos migratórios; e podemos fazê-lo com base nos princípios fundamentais da doutrina social da Igreja. Devemos esforçar-nos também para garantir que às palavras — codificadas nos dois Pactos citados — se sigam compromissos concretos, no sinal de uma responsabilidade global e compartilhada. Mas o engajamento da Comissão vai mais além. Peço ao Espírito Santo que continue a iluminar a vossa importante missão, manifestando o amor misericordioso de Deus aos nossos irmãos e irmãs migrantes e refugiados. Asseguro-vos a minha proximidade e a minha oração; e vós, recomendo, não vos esqueçais de rezar por mim. Obrigado!

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DISCURSO DO PAPA FRANCISCO AOS MEMBROS DA ASSOCIAÇÃO “PRO PETRI SEDE”

[…] Renovo-vos o meu apreço e o meu encorajamento para a vossa missão, convidandovos a levá-la cada dia na oração, pessoal e comunitária, recordando as pessoas que ajudais. Confiá-las ao Senhor também faz parte da vossa missão, e é assim que construís a comunhão eclesial, pois somos todos filhos de um único Pai. Mediante a oferta generosa que ofereceis ao Sucessor de Pedro, contribuís para a missão da Igreja de apoiar todas as pessoas, de maneira particular as mais pobres e aquelas que perderam tudo por causa da emigração forçada. Portanto, agradeço-vos em seu nome a vossa ajuda e a vossa proximidade espiritual. […]

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DISCURSO DO PAPA FRANCISCO AOS PARTICIPANTES NO «IV DIA MUNDIAL DE ORAÇÃO E REFLEXÃO CONTRA O TRÁFICO DE SERES HUMANOS»

[Joy Monday, em inglês] Antes de tudo, desejamos agradecer-lhe a sua incessante e benevolente atenção e preocupação por todos os migrantes e pelas vítimas do tráfico. Nós enfrentámos tantas dificuldades e sofrimentos antes de chegar à Itália. E depois da chegada, temos dificuldade de nos integrar e é quase impossível encontrar um trabalho digno. Gostaria de lhe fazer uma pergunta: Vossa Santidade pensa que o silêncio surpreendente sobre as situações do tráfico se deva ao desconhecimento do fenómeno? Santo Padre: Certamente acerca do tema do tráfico há muita ignorância. Mas por vezes parece que há também pouca vontade de compreender a vastidão do problema. Porquê? Porque toca de perto as nossas consciências, porque é escabroso, porque nos faz envergonhar. Depois há quem, mesmo conhecendo-o, não quer falar dele porque está no final da “cadeia do consumo”, como utilizador dos “serviços” que são oferecidos pelas estradas ou na Internet. Por fim, há quem não quer que se fale dele, porque está diretamente envolvido nas organizações criminosas que lucram muito com o tráfico. Sim, é necessária coragem e honestidade, «quando no dia a dia encontramos ou lidamos com pessoas que poderiam ser vítimas do tráfico de seres humanos, ou quando devemos escolher se comprar produtos que poderiam ter sido realizados através da exploração de outras pessoas».[1] O trabalho de sensibilização deve começar em casa, por nós mesmos, porque só assim seremos capazes, em seguida, de consciencializar as nossas comunidades, estimulando-as a comprometerem-se para que jamais ser humano algum seja vítima do tráfico. Para os jovens esta tarefa parece mais fácil, dado que são menos estruturados no pensamento, menos ofuscados pelos preconceitos, mais livres de raciocinar com a própria cabeça. A voz dos jovens, mais entusiasta e espontânea, pode quebrar o silêncio para denunciar as abominações do tráfico e propor soluções concretas. Adultos que estejam prontos a ouvir podem ser de grande ajuda. Por meu lado, como deveis ter notado, nunca perdi ocasião alguma para denunciar abertamente o tráfico como um crime contra a humanidade. É «uma verdadeira forma de escravidão — cada vez mais espalhada, infelizmente — que tem a ver com todos os países, mesmo os mais desenvolvidos, e que atinge as pessoas mais vulneráveis da sociedade: as mulheres e as jovens, os meninos e as meninas, os deficientes, os mais pobres, quem provém de situações de desagregação familiar e social».[2] Disse também que se «requer uma assunção comum de responsabilidade e uma vontade política mais decidida. Responsabilidade por quantos caíram vítimas do tráfico a fim de tutelar os seus direitos, garantir a incolumidade deles e dos seus familiares, impedir que os corruptos e os criminosos fujam à justiça e tenham a última palavra sobre as pessoas».[3] [Silvia Migliorini, liceu de Via Dalmazia, Roma] Muitos de nós, jovens, queremos conhecer melhor o tráfico, as migrações e as suas causas. Sim, desejamos engajar-nos para tornar este mundo mais justo. Gostaríamos de tratar temas como este com os jovens da nossa sociedade, até utilizando os social network, considerando a sua notável potencialidade de comunicação. Querido Papa Francisco, nos grupos paroquiais, nos momentos juvenis, nas instituições educativas católicas por vezes não há espaços adequados nem suficientes para falar destes temas. Além disso, seria bom que se organizassem atividades para promover a integração social e cultural com quantos são vítimas do tráfico, a fim de que para eles seja mais simples superar o seu drama e reconstruir uma vida. O que podemos fazer, nós jovens? O que pode fazer a Igreja? Santo Padre: Os jovens possuem uma posição privilegiada para encontrar os sobreviventes ao tráfico de seres humanos. Ide às vossas paróquias, a uma associação perto de casa, encontrai-vos com as pessoas, ouvi-as. Disso crescerão uma resposta e um compromisso concretos da vossa parte. Com efeito, vejo o risco de que isto se torne um problema abstrato, mas não é abstrato. Há sinais que podeis aprender a “ler”, que vos dizem: aqui poderia estar uma vítima do tráfico, um escravo. Precisamos de promover a cultura do encontro que tem, sempre em si uma riqueza inesperada e grandes surpresas. São Paulo dá-nos um exemplo: em Cristo, o escravo Onésimo deixa de ser escravo, para se tornar um irmão caríssimo (cf. Filémon, 1, 16). Vós, jovens, podeis encontrar a esperança em Cristo, e podeis encontrá-lo até nas pessoas migrantes, que fugiram de casa, e permanecem presas nas redes. Não tenhais medo de vos encontrardes com elas. Abri o vosso coração, deixai-as entrar, estai dispostos a mudar. O encontro leva naturalmente a uma mudança, mas não devemos ter receio desta mudança. Será sempre para melhor. Recordai-vos das palavras do profeta Isaías: «Alarga a tua tenda» (cf. 54, 2). A Igreja deve promover e criar espaços de encontro, por este motivo pedi para abrir as paróquias ao acolhimento. É necessário reconhecer o grande engajamento em resposta ao meu apelo, obrigado! Peço a vós, hoje aqui presentes, que trabalheis a favor da abertura ao outro, sobretudo quando está ferido na própria dignidade. Fazeivos promotores de iniciativas que as vossas paróquias possam acolher. Ajudai a Igreja a criar espaços de partilha de experiências e integração de fé e de vida. Também os social network representam, sobretudo para os jovens, uma oportunidade de encontro que pode parecer ilimitada: internet pode oferecer maiores possibilidades de encontro e de solidariedade entre todos, e este é um aspeto bom, é um dom de Deus. Todavia, para cada instrumento que nos é oferecido, é fundamental a escolha que o homem decide fazer dele. O ambiente comunicativo pode ajudar-nos a crescer ou, ao contrário, a desorientar-nos. Não se deve subestimar os riscos ínsitos em alguns destes espaços virtuais; através da rede, muitos jovens são seduzidos e arrastados para uma escravidão da qual depois, não se conseguem libertar sozinhos. Neste âmbito os adultos, pais e educadores — também os irmãos e primos mais velhos — estão chamados à tarefa de vigiar e proteger os jovens. Vós deveis fazer o mesmo com os vossos parentes e companheiros, entender e indicar vulnerabilidades particulares, casos suspeitos que devem ser esclarecidos. Por conseguinte, usai a rede para partilhar uma narração positiva das vossas experiências de encontro com os nossos irmãos no mundo, contai e partilhai as boas práticas e desencadeai um círculo virtuoso. [Faith Outuru, em inglês] Sou uma das tantas jovens provenientes de um país distante, com cultura diversa, com condições de vida e experiência de Igreja diversas. Agora estou aqui, e desejo construir o meu futuro. Mas penso no meu país, em tantos jovens que são iludidos com falsas promessas, enganados, escravizados, prostituídos. Como poderemos ajudar estes jovens a não cair na cilada das ilusões e nas mãos dos traficantes? Santo Padre: Como disseste, é preciso fazer com que os jovens não caiam “nas mãos dos traficantes”. E como é horrível dar-se conta de que muitas das jovens vítimas foram primeiro abandonadas pelas suas famílias, consideradas como descarte pela sua sociedade! Depois, muitos foram induzidos ao tráfico pelos seus próprios parentes e pelos chamados amigos. Também aconteceu na Bíblia: recordai que os irmãos mais velhos venderam o jovem José como escravo, e assim foi levado como escravo para o Egito! Mesmo em condições de extremo sofrimento, a educação revela-se importante. Ela é instrumento de proteção contra o tráfico, de facto ajuda a identificar os perigos e a evitar as ilusões. Um ambiente escolar sadio, assim como um ambiente paroquial sadio, permite que os jovens denunciem os traficantes sem vergonha e se tornem portadores das mensagens justas para outros jovens, a fim de que não caiam na mesma armadilha. Todos os que foram vítimas do tráfico são fonte inexaurível de apoio para as novas vítimas e importantíssimos recursos informativos para salvar muitos outros jovens. Com frequência, são notícias falsas, que passam de boca em boca ou são veiculadas pelos social media, que enredam os inocentes. Os jovens que encontraram a criminalidade organizada podem desempenhar um papel-chave descrevendo os seus perigos. Os traficantes são com frequência pessoas sem escrúpulos, sem moral nem ética, os quais vivem aproveitando-se das desgraças alheias, aproveitando-se das emoções humanas e do desespero das pessoas para as subjugar à própria vontade, tornando-as escravas e submissas. É suficiente pensar em quantas mulheres africanas muito jovens chegam ao nosso litoral esperando começar uma vida melhor, pensando que vão ganhar honestamente do que viver, mas ao contrário são escravizadas, obrigadas a prostituir-se. Para os jovens é fundamental construir passo após passo a própria identidade e ter um ponto de referência, um farol-guia. A Igreja deseja desde sempre estar ao lado das pessoas que sofrem, sobretudo das crianças e dos jovens, protegendo-os e promovendo o seu desenvolvimento humano integral. Os menores muitas vezes são “invisíveis”, sujeitos a perigos e ameaças, estão sozinhos e são manipuláveis; queremos, até nas realidades mais precárias, ser o vosso farol de esperança e de apoio, porque Deus está sempre convosco. «A coragem e a esperança são dotes de todos mas em particular condizem bem com os jovens: coragem e esperança. O futuro certamente está nas mãos de Deus, as mãos de um pai providente. Isto não significa negar as dificuldades e os problemas, mas vê-los, estes sim, como provisórios e superáveis. As dificuldades, as crises, com a ajuda de Deus e a boa vontade de todos podem ser superadas, vencidas, transformadas». [Antonio Maria Rossi, Liceu de Via Dalmazia, Roma] Nós, jovens italianos, confrontamo-nos com um contexto cada vez mais marcado pela pluralidade de culturas e religiões. Trata-se de um desafio aberto. Com frequência a falta de respeito pelo diverso, a cultura do descarte e a corrupção, das quais brota o tráfico, parecem normais. Papa Francisco, por favor, continue a encorajar os nossos governantes para que contrastem a corrupção, o comércio de armas e a cultura do descarte; encoraje também todos os líderes religiosos a garantir espaços nos quais as diversas culturas e religiões se possam conhecer e valorizar mutuamente, de modo que todos partilhem a mesma espiritualidade de acolhimento. Gostaria de lhe perguntar: o que podemos fazer nós, aqui, para que desapareça definitivamente a chaga do tráfico? Santo Padre: Quando os países estão a braços com a pobreza extrema, violência e corrupção, a economia, o quadro normativo e as infraestruturas de base são ineficientes e não conseguem garantir segurança, bens e direitos essenciais. Nestes contextos, os autores destes crimes agem impunemente. A criminalidade organizada e o tráfico ilegal de drogas e de seres humanos escolhem as vítimas entre as pessoas que hoje possuem meios de subsistência escassos e ainda menos esperanças para o porvir. Por conseguinte, a resposta é criar oportunidades para um desenvolvimento humano integral, começando por uma instrução de qualidade desde a primeira infância, criando sucessivamente oportunidades de crescimento através do emprego. Estas duas modalidades de crescimento, nas diversas fases da vida, representam os antídotos contra a vulnerabilidade e o tráfico. Aquela que várias vezes indiquei como “a cultura do descarte” está na base de comportamentos que, no mercado e no mundo globalizado, levam à exploração dos seres humanos, a todos os níveis. «A pobreza, as necessidades, os dramas de tantas pessoas acabam por se tornar normalidade».[4] Alguns Estados promovem, no âmbito da comunidade internacional, uma política particularmente áspera ao pretender pôr fim ao tráfico de seres humanos; esta atitude é em si enganadora porque, devido a interesses económicos que estão por detrás, não se querem enfrentar as causas profundas. Além disso, nem sempre a posição a nível internacional é coerente com as políticas internas. Espero deveras que possais enviar uma mensagem aos líderes a todos os níveis de governo, do mundo dos negócios e da sociedade, pedindo o acesso a uma instrução de qualidade e, por conseguinte, a um emprego justo e sustentável. Uma estratégia que inclua um maior conhecimento do tema do tráfico, partindo de uma terminologia clara e de testemunhos concretos dos protagonistas, certamente pode servir de ajuda. Contudo, a consciência real sobre o tema chama a atenção para a “procura de tráfico” que está por trás da oferta (setor do consumo); todos somos chamados a sair da hipocrisia e a enfrentar a ideia de ser parte do problema em vez de nos voltarmos para o outro lado proclamando a nossa inocência. Deixai que o diga, se há tantas jovens vítimas do tráfico que acabam nas estradas das nossas cidades, é porque muitos homens aqui — jovens, de meia idade, idosos — procuram estes serviços e estão dispostos a pagar para o seu prazer. Então pergunto-me, são deveras os traficantes a causa principal do tráfico? Eu penso que a causa principal seja o egoísmo sem escrúpulos de tantas pessoas hipócritas do nosso mundo. Mas é claro, prender os traficantes é um dever de justiça. Mas a verdadeira solução é a conversão dos corações, acabar com a procura para esgotar o mercado. [Maria Magdalena Savini] Papa Francisco, numa Sua mensagem dirigida aos presidentes municipais das grandes cidades reunidos no Vaticano, Vossa Santidade disse que «para ser deveras eficaz, o compromisso comum para a construção de uma consciência ecológica e para contrastar as modernas escravidões — tráfico de seres humanos e de órgãos, prostituição, trabalho escravo — deve partir das periferias».[5] Também nós, jovens, nos encontramos com frequência na periferia e sofremos a exclusão, a insegurança por não ter trabalho nem acesso à educação de qualidade, por vivermos em situações de guerra, de violência, por sermos obrigados a deixar as nossas terras, por pertencermos a minorias étnicas e religiosas. Sobretudo nós, mulheres, somos penalizadas e as principais vítimas. Que espaço será dado no Sínodo dos jovens às moças e rapazes provenientes de periferias da marginalização causada por um modelo de desenvolvimento que já está superado, que continua a produzir degradação humana? Como fazer para que sejam estas moças e rapazes os protagonistas da mudança na sociedade e na Igreja? Santo Padre: Desejo, para quantos são as testemunhas reais dos riscos do tráfico nos próprios países de origem, que possam encontrar no Sínodo um lugar para se expressarem a si mesmos, do qual chamar a Igreja à ação. Por isso, é meu grande desejo que jovens representantes das “periferias” sejam protagonistas deste Sínodo. Faço votos de que possam ver o Sínodo como um lugar para lançar uma mensagem aos governantes dos países de partida e de chegada, para pedir proteção e apoio. Espero que estes jovens lancem uma mensagem global para uma mobilização juvenil mundial, a fim de construírem juntos uma casa comum inclusiva e acolhedora. Espero que sejam exemplo de esperança para quem vive o drama existencial do desconforto. A Igreja Católica pretende intervir em cada fase do tráfico dos seres humanos: quer protegê-los do engano e da sedução; quer encontrá-los e libertá-los quando são transportados e reduzidos em escravidão; quer assisti-los quando forem libertados. Com frequência as pessoas que foram aprisionadas e maltratadas perdem a capacidade de ter confiança nos outros, e a Igreja resulta ser com frequência a última âncora de salvação. É absolutamente importante responder de maneira concreta às vulnerabilidades de quantos estão em perigo, para depois acompanhar o processo de libertação começando por pôr a salvo as suas vidas. Os grupos eclesiais podem abrir espaços de segurança onde for necessário, nos lugares de recrutamento, nas rotas do tráfico e nos países de chegada. A minha esperança é de que o Sínodo seja também uma oportunidade para as Igrejas locais de aprender a trabalhar juntas e tornar-se “uma rede de salvação”. Por fim, gostaria de concluir citando Santa Josefina Bakhita. Esta grande sudanesa «é também hoje testemunha exemplar de esperança para as numerosas vítimas da escravatura e pode apoiar os esforços de quantos se dedicam à luta contra esta “ferida no corpo da humanidade contemporânea, uma chaga na carne de Cristo”».[6] Que ela nos inspire a realizar gestos de fraternidade com quantos se encontram num estado de submissão. A deixar-nos interpelar, a deixar-nos convidar para o encontro. Rezemos: Santa Josefina Bakhita, quando eras criança foste vendida como escrava e tiveste que enfrentar dificuldades e sofrimentos indizíveis. Quando foste libertada da tua escravidão física, encontraste a verdadeira redenção no encontro com Cristo e com a sua Igreja. Santa Josefina Bakhita, ajuda todos os que estão aprisionados na escravidão. Em nome deles, intercede junto do Deus da Misericórdia, de maneira que as correntes da sua prisão possam ser quebradas. Que o próprio Deus liberte quantos foram ameaçados, feridos ou maltratados pelo tráfico de seres humanos. Dá alívio a quantos sobrevivem a esta escravidão e ensina-lhes a ver Jesus como modelo de fé e esperança, para que possam curar as próprias feridas. Suplicamos-te que rezes e intercedas por todos nós: a fim de que não caiamos na indiferença, para que abramos os olhos e possamos ver as misérias e as feridas de tantos irmãos e irmãs privados da sua dignidade e liberdade e ouvir o seu brado de ajuda. Amém.

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DISCURSO DO PAPA FRANCISCO AOS MEMBROS DO SÍNODO GRECO-MELQUITA

Beatitude, queridos Irmãos no episcopado! Agradeço-vos a vossa visita. A feliz ocasião é dada pela manifestação pública da Comunhão Eclesiástica, que terá lugar amanhã de manhã durante a Celebração eucarística e que eu tive a oportunidade de conceder a Vossa Beatitude na Carta do passado dia 22 de junho, depois da Sua eleição como Patriarca, Pater et Caput, por parte do Sínodo dos Bispos. Então, como agora, querido Irmão, garanto-lhe a minha proximidade constante na oração: que o Senhor Ressuscitado lhe esteja próximo e O acompanhe na missão que Lhe foi confiada. É uma oração que não pode ser dissociada daquela pela amada Síria e por todo o Médio Oriente, região na qual a vossa Igreja está profundamente enraizada e desempenha um precioso serviço para o bem do Povo de Deus. Uma presença, a vossa, que não se limita ao Médio Oriente, mas que abrange, já há muitos anos, aqueles países para onde muitos fiéis greco-melquitas se transferiram em busca de uma vida melhor. Também a estes fiéis na diáspora e aos seus Pastores dirijo a minha oração e a minha afetuosa recordação. […]

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DISCURSO DO PAPA FRANCISCO AOS PARTICIPANTES NO CAPÍTULO GERAL DA CONGREGAÇÃO DOS SANTOS ESTIGMAS DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO (ESTIGMATINOS )

[…] Estimados missionários estigmatinos, levai este fogo às comunidades cristãs, onde a fé de muitas pessoas tem necessidade de voltar a atear-se, de encontrar força para ser contagiosa. Ao mesmo tempo, ide, saí para anunciar o Evangelho aos pobres, Àqueles que não se sentem amados por ninguém, àqueles que vivem na tristeza e no desespero, aos prisioneiros, aos que não têm uma casa nem um teto, aos imigrantes, àqueles que fogem das guerras. São Gaspar Bertoni transmitiu-vos o amor pelos Santos Esposos, Maria e José. Portanto, prestai atenção especial à família; juntamente com os leigos, anunciai a alegria do amor. Levai o fogo de Cristo aos jovens, que precisam de alguém que os ouça e os ajude a encontrar o sentido da vida. Se anunciardes Jesus, eles serão atraídos; levai-os para Ele com paciência e perseverança. Sede missionários jubilosos e mansos, bem preparados para encontrar cada pessoa. […]

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DISCURSO DO PAPA FRANCISCO AOS MEMBROS DO GRUPO SANTA MARTA

Estimados irmãos Bispos! Queridos amigos! Dou-vos as boas-vindas, a vós membros do Grupo Santa Marta, na conclusão da vossa Conferência, dedicada este ano a fornecer uma perspetiva mundial sobre o tráfico de seres humanos e sobre as modernas formas de escravidão. Na qualidade de leader nas forças da ordem, na busca, nas políticas públicas e na assistência pastoral, ofereceis uma contribuição essencial para fazer face às causas e efeitos deste flagelo moderno, que continua a causar sofrimentos humanos indizíveis. É minha esperança que estes dias de reflexão e de intercâmbio de experiências tenham esclarecido melhor a interação das problemáticas globais e locais do tráfico de pessoas humanas. A experiência mostra que estas formas modernas de escravidão estão muito mais difundidas de quanto se imagina, até — para nossa vergonha e escândalo — no âmbito das nossas sociedades mais prósperas. O brado de Deus a Caim, que se encontra nas primeiras páginas da Bíblia — «Onde está o teu irmão?» — desafia-nos a examinar seriamente as diversas formas de cumplicidade com as quais a sociedade tolera e encoraja, sobretudo a propósito do tráfico para fins sexuais, a exploração de homens, mulheres e crianças vulneráveis (cf. Exort. Ap. Evangelii gaudium, 211). As iniciativas que visam combater o tráfico de pessoas humanas, no seu objetivo concreto de desmantelar as redes criminosas, devem considerar cada vez mais os vastos setores coligados, como por exemplo o uso responsável das tecnologias e dos meios de comunicação, sem falar do estudo das implicações éticas dos modelos de crescimento económico que privilegiam o lucro em desvantagem das pessoas. Estou confiante em que os vossos debates nestes dias ajudarão também a incrementar a consciência da necessidade crescente de ajudar as vítimas destes crimes, acompanhando-as num caminho de reintegração na sociedade e de restabelecimento na sua dignidade humana. A Igreja está grata por cada esforço feito a fim de levar o bálsamo da misericórdia divina a quantos sofrem, pois isto representa também um passo fundamental para o restabelecimento e a renovação da sociedade no seu conjunto. Queridos amigos, com gratidão pelo vosso compromisso e a vossa colaboração neste setor crucial, apresento-vos os meus melhores votos, acompanhados da oração, pelo prosseguimento do vosso trabalho. Sobre vós, sobre as vossas famílias e sobre quantos servis, invoco a bênção do Senhor que dá sabedoria, força e paz. E peçovos, por favor, que rezeis por mim

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PAPA FRANCISCO ANGELUS

Depois do Angelus […] Saúdo todos vós, fiéis de Roma e peregrinos vindos da Itália e de vários países. Saúdo o grupo da diocese de Cádiz e Ceuta (Espanha) os alunos do Colégio “Charles Péguy” de Paris, os fiéis de Sestri Levante, Empoli, Milão e Palermo, e a representação da Cidade de Agrigento, à qual manifesto apreço pelo compromisso de acolhimento e integração dos migrantes. Obrigado! Obrigado pelo que fazeis. Uma saudação cordial aos voluntários e aos colaboradores da associação “Fraterna Domus”, que trabalha em Roma há 50 anos, pelo acolhimento e a solidariedade. […]

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DISCURSO DO PAPA FRANCISCO AOS VOLUNTÁRIOS DA CRUZ VERMELHA ITALIANA

[…] Além disso, a vossa ação merece ainda mais a gratidão de cada cidadão porque se realiza nas mais diversas situações, tendo que enfrentar dificuldades e perigos de vários tipos. É assim no caso da assistência prestada às vítimas dos terramotos e de outras calamidades naturais, que alivia o sofrimento das populações atingidas, representando um sinal da proximidade de todo o povo italiano. O mesmo se diga no respeitante ao empenho que dedicais ao socorro dos migrantes durante o seu difícil percurso no mar, e em receber quantos desembarcam e esperam ser acolhidos e integrados. A mão que lhes estendeis e que eles agarram é um sinal nobre, que deveria ser traduzido da seguinte forma: “Não te ajudo só neste instante, para te salvar das águas do mar, mas garanto-te que estarei presente e levarei muito a peito a tua sorte”. Por esta razão, a vossa presença ao lado dos migrantes representa um sinal profético, tão necessário na nossa época. Disse a palavra “sinal profético”: o profeta — usando uma língua que todos compreendemos — é aquele que “esbofeteia”; com o seu modo de viver, com o serviço que presta e com as palavras… “esbofeteia”: desperta, dá verdadeiras bofetadas ao egoísmo social, ao egoísmo da sociedade. E faz despertar o melhor que há no coração! Mas dai a bofetada com a palavra e com o testemunho, não com a mão![…]