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PAPA FRANCISCO ANGELUS

Depois do Angelus […] Hoje, dois dias após a Festa da Santa Cruz, pensei em oferecer a vós que estais aqui na praça um crucifixo. Está aqui [mostra-o]. O crucifixo é o sinal do amor de Deus, que em Jesus deu a vida por nós. Convido-vos a aceitar este dom e a levá-lo para as vossas casas, para o quarto dos vossos filhos, ou dos avós…, não importa onde, mas que se veja em casa. Não é um objeto ornamental, mas um símbolo religioso que deve ser contemplado e ao qual se deve rezar. Olhando para Jesus crucificado, vemos a nossa salvação. Não se paga nada. Se alguém vos disser que deveis pagar é um esperto! Não, nada! Este é um presente do Papa. Agradeço às religiosas, aos pobres e aos refugiados que agora vão distribuir este dom, pequeno, mas precioso! Como sempre, a fé provém dos pequeninos, dos humildes. […]

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VISITA PASTORAL DO PAPA FRANCISCO ÀS DIOCESES DE PIAZZA ARMERINA E DE PALERMO POR OCASIÃO DO 25º ANIVERSÁRIO DA MORTE DO BEATO PINO PUGLISI ENCONTRO COM OS JOVENS DISCURSO DO SANTO PADRE

[…] A segunda pergunta. Vejamos se escrevi algo… Verdadeiramente, a vossa ilha é um centro de encontro de muitas culturas… Não conheço a Sicília, é a primeira vez: estive em Lampedusa e agora aqui. Também o vosso idioma, os vossos dialetos, têm raízes em muitas línguas, muitas, porque foi uma encruzilhada de culturas, e todas deixaram um vestígio cultural. Vós sois um povo [fruto do] encontro de culturas e de pessoas. Aprouve-me ouvir isto, ouvir-vos dizer, ouvir-te dizer que a Sicília está no centro do Mediterrâneo, foi sempre terra de encontro. Não se trata somente de uma bonita tradição cultural, é uma mensagem de fé. Certamente, a vossa vocação consistirá em ser homens e mulheres de encontro. Encontrar e fazer encontrar; favorecer os encontros, porque o mundo de hoje é um mundo de desencontros, de guerras, de conflitos… As pessoas não se entendem… E a fé fundamenta-se no encontro, um encontro com Deus. Deus não nos deixou sozinhos; Ele desceu para nos encontrar. Ele vem ao nosso encontro, Ele precede-nos, para nos encontrar. A fé funda-se no encontro. E [no] encontro entre nós, quanto conta a dignidade dos outros? Deus quer que nos salvemos juntos, não sozinhos; que sejamos felizes juntos, não de modo egoísta, sozinhos; que nos salvemos como povo. Esta palavra, “povo”: vós sois um povo, com uma grande identidade, e deveis ser abertos a todos os povos que, como outrora, vêm ter convosco. Com o trabalho da integração, do acolhimento, de respeitar a dignidade dos outros, da solidariedade… Para nós, não se trata de bons propósitos para pessoas educadas, mas de traços distintivos do cristão. O cristão que não for solidário, não é cristão. A solidariedade é uma caraterística do cristão. O que falta hoje, o que escasseia, é o amor: não o amor sentimental, que nós podemos ver nos folhetins televisivos, nas telenovelas, mas aquele concreto, o amor do Evangelho. E dir-vos-ei, di-lo-ei a ti e a todos os que formularam a pergunta contigo: como vai o teu amor? Como está o termómetro do teu amor? […]

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VISITA PASTORAL DO PAPA FRANCISCO ÀS DIOCESES DE PIAZZA ARMERINA E DE PALERMO POR OCASIÃO DO 25º ANIVERSÁRIO DA MORTE DO BEATO PINO PUGLISI ENCONTRO COM OS FIÉIS DISCURSO DO PAPA FRANCISCO

[…] O vosso Bispo acabou de recordar a escolha que a Igreja de Piazza Armerina está a fazer com jubilosa esperança, no meio das diversas problemáticas que limitam a serenidade deste território. Não são poucas as chagas que vos afligem. Elas têm um nome: subdesenvolvimento social e cultural; exploração dos trabalhadores e falta de emprego digno para os jovens; migração de inteiros núcleos familiares; usura; alcoolismo e outras dependências; jogo de azar; desagregação dos vínculos familiares. E diante de tanto sofrimento, por vezes a comunidade eclesial pode parecer desorientada e cansada; às vezes, ao contrário, graças a Deus, é vivaz e profética, enquanto busca novos modos de anunciar e oferecer misericórdia, sobretudo aos irmãos que caíram no desamor, na desconfiança, na crise da fé. Porque é verdade: não é fácil levar em frente a fé no meio de tantas problemáticas. Não é fácil, eu entendo isto! […]

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DISCURSO DO PAPA FRANCISCO AOS PARTICIPANTES NA REUNIÃO SOBRE A CRISE HUMANITÁRIA NA SÍRIA, IRAQUE E PAÍSES PRÓXIMOS ORGANIZADA PELO DICASTÉRIO PARA O SERVIÇO HUMANO INTEGRAL

Queridos irmãos e irmãs, bom dia! Saúdo e agradeço a todos vós que participais neste sexto encontro de coordenação sobre a resposta da Igreja à crise no Iraque, na Síria e nos países vizinhos, encontro que este ano envolve também a Seção para os Migrantes e Refugiados. Agradeço particularmente ao Cardeal Peter Turkson e ao Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral ter organizado este encontro, em colaboração com a Secretaria de Estado e com a Congregação para as Igrejas Orientais. Agradeço também ao Senhor Filippo Grandi, Alto Comissário das Nações Unidas para os refugiados, a sua presença e o seu trabalho que desempenha em prol dos refugiados. Muito obrigado! Desde há muitos anos os conflitos ensanguentam aquela região e a situação das populações na Síria, no Iraque e nos países vizinhos continua a suscitar grande preocupação. Todos os dias, na oração, apresento ao Senhor os sofrimentos e as necessidades das Igrejas e dos povos daquelas amadas terras, bem como de quantos se prodigalizam para os ajudar. E isso é verdade: todos os dias. Com a vossa terceira investigação sobre a ajuda humanitária das entidades eclesiais, estais a contribuir para melhor compreender as necessidades e coordenar as ajudas em prol destas populações. Como recordei várias vezes, existe o risco que a presença cristã seja cancelada precisamente na terra da qual se propagou a luz do Evangelho no mundo. Em colaboração com as Igrejas irmãs, a Santa Igreja trabalha assiduamente para garantir um futuro a estas comunidades cristãs. Toda a Igreja olha para estes nossos irmãos e irmãs na fé e encoraja-os, com a proximidade na oração e a caridade concreta, a não se resignarem às trevas da violência e a manter acesa a lâmpada da esperança. O testemunho de amor com o qual a Igreja escuta e responde ao grito de ajuda de todos, a partir dos mais débeis e pobres, é um sinal luminoso para o presente e uma semente de esperança que germinará no futuro. Esta obra peculiarmente cristã faz-me lembrar nalguns trechos da chamada “Oração simples” atribuída a São Francisco de Assis: «Onde houver ódio, que eu leve amor […]. Onde houver desespero, que eu leve a esperança. Onde houver tristeza, que eu leve a alegria». Entre as muitas iniciativas louváveis promovidas por vós, gostaria de citar este ano o grande trabalho para apoiar o regresso das comunidades cristãs à planície de Nínive, no Iraque, e os cuidados médicos garantidos a muitos doentes pobres na Síria, em particular através do projeto “Hospitais Abertos”. Queridos irmãos, juntos, com a graça de Deus, olhemos para o futuro. Encorajo-vos a vós, que atuais em nome da Igreja, a continuar a zelar pela educação das crianças, pelo emprego dos jovens, pela proximidade dos idosos, pelo cuidado das feridas psicológicas; sem esquecer as dos corações, que a Igreja é chamada a aliviar: «Onde há ofensa, que eu leve o perdão; Onde houver discórdia, que eu leve a união». Por fim, peço, com força, à Comunidade internacional que não se esqueça das muitas necessidades das vítimas desta crise, mas sobretudo que supere a lógica dos interesses e se ponha ao serviço da paz acabando com a guerra. Não podemos fechar os olhos diante das causas que obrigaram milhões de pessoas a deixar, com sofrimento, a própria terra. Ao mesmo tempo, encorajo todos os atores envolvidos e a Comunidade internacional a um renovado compromisso em prol do regresso seguro dos deslocados para as suas casas. Garantir-lhes proteção e futuro é um dever de civilização. É enxugando as lágrimas das crianças — que viram apenas escombros, morte e destruição — que o mundo reencontrará a dignidade. (cf. Palavras na conclusão do diálogo, Bari, 7 de julho de 2018). A este propósito, reafirmo o meu apreço pelos grandes esforços a favor dos refugiados realizados por diversos países da região e pelas várias Organizações, entre as quais algumas aqui representadas. Tornemos ainda nossa a Oração: «Senhor, faz de mim um instrumento da tua paz […] Onde houver trevas, que eu leve a luz». Ser instrumentos de paz e de luz: é o auspício que faço a cada um de vós. Do profundo do coração: obrigado por tudo o que fazeis todos os dias, juntamente com tantos homens e mulheres de boa vontade. Obrigado, obrigado! O Senhor vos abençoe e Nossa Senhora vos acompanhe.

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MENSAGEM DE SUA SANTIDADE PAPA FRANCISCO PARA A CELEBRAÇÃO DO DIA MUNDIAL DE ORAÇÃO PELO CUIDADO DA CRIAÇÃO

[…] Rezemos para que as águas não sejam um sinal de separação entre os povos, mas de encontro para a comunidade humana. Rezemos para que sejam protegidas aquelas pessoas que arriscam suas vidas em meio às ondas em busca de um futuro melhor. Peçamos ao Senhor e àqueles que realizam o alto serviço da política que as questões mais delicadas da nossa época, tais como as relacionadas com a migração, com a mudança climática, com o direito para todos de usufruírem dos bens primários, sejam encaradas com responsabilidade, com previsão olhando para o amanhã, com generosidade e com espírito de cooperação, especialmente entre os países que têm maior disponibilidade. Rezemos por aqueles que se dedicam ao apostolado do mar, por aqueles que ajudam a refletir sobre os problemas com que se debatem os ecossistemas marítimos, por aqueles que contribuem para o desenvolvimento e a aplicação de regulamentos internacionais sobre os mares que possam tutelar as pessoas, os Países, os bens, os recursos naturais – penso, por exemplo, na fauna e na flora marinha, bem como nos recifes de coral (cf. ibid., 41) ou nos fundos marinhos – e garantindo um desenvolvimento integral na perspectiva do bem comum de toda a família humana e não de interesses particulares. Lembremos também de quantas pessoas trabalham para a proteção das áreas marítimas, para a tutela dos oceanos e sua biodiversidade, para que possam realizar essa tarefa com responsabilidade e honestidade. […]

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VIAGEM APOSTÓLICA DO PAPA FRANCISCO À IRLANDA POR OCASIÃO DO IX ENCONTRO MUNDIAL DAS FAMÍLIAS (25-26 DE AGOSTO DE 2018) ENCONTRO COM AS AUTORIDADES, A SOCIEDADE CIVIL E O CORPO DIPLOMÁTICO DISCURSO DO SANTO PADRE

[…] O Evangelho lembra-nos que a paz verdadeira, em última análise, é dom de Deus; brota de corações sanados e reconciliados e estende-se até abraçar o mundo inteiro. Mas requer também, da nossa parte, uma conversão constante, fonte dos recursos espirituais que são necessários para construir uma sociedade verdadeiramente solidária, justa e ao serviço do bem comum. Sem este fundamento espiritual, o ideal duma família global de nações corre o risco de não passar dum «lugar-comum» vazio. Poderemos afirmar que o objetivo de gerar prosperidade económica, ou financeira, levará, por si mesmo, a uma ordem social mais justa e equitativa? Não poderia, pelo contrário, acontecer que o aumento duma «cultura do descarte», materialista, nos tenha realmente tornado cada vez mais indiferentes aos pobres e aos membros mais indefesos da família humana, incluindo os nascituros privados do próprio direito à vida? O desafio, que talvez mais provoque as nossas consciências nestes tempos, é esta maciça crise migratória que não tende a desaparecer e cuja solução exige sabedoria, perspetivas amplas e uma preocupação humanitária que ultrapasse em muito decisões políticas de curto prazo. […]

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PAPA FRANCISCO ANGELUS

Queridos irmãos e irmãs! Amanhã celebra-se o Dia mundial contra o tráfico de pessoas, promovido pelas Nações Unidas. Esta chaga reduz à escravidão muitos homens, mulheres e crianças com a finalidade de exploração de mão de obra e sexual, do comércio de órgãos, da mendicância e da delinquência forçada. Mesmo aqui em Roma. Também as rotas migratórias com frequência são utilizadas por traficantes e exploradores para recrutar novas vítimas do tráfico. É responsabilidade de todos denunciar as injustiças e contrastar com firmeza este crime vergonhoso. […]

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MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO AOS PARTICIPANTES DA III CONFERÊNCIA INTERNACIONAL “CATHOLIC THEOLOGICAL ETHICS IN THE WORLD CHURCH”

[…] O tema do vosso congresso move-se numa perspetiva à qual, com muita frequência, eu mesmo me referi: “pontes e não muros”, tenho repetido na viva esperança de que de todas as partes se dedique atenção a esta necessidade que sentimos cada vez mais, mesmo se por vezes é contrastada por medos e retrocessos. Trata-se, ao contrário, sem renunciar à prudência, de captar todos os sinais e mobilizar todas as energias para eliminar no mundo os muros de divisão e construir pontes de fraternidade. Os três pontos focais do congresso cruzam-se em profundidade com este caminho de construção de pontes numa época crítica, como se revela particularmente a nossa. O desafio ecológico é por vós colocado no centro de uma especial atenção, pois ele contém em si aspetos que podem causar graves desequilíbrios, não só no eixo da relação entre o homem e a natureza, mas também no eixo das relações entre as gerações e os povos. Tal desafio — como se deduz da Encíclica Laudato si’ — não é um entre tantos, mas é o horizonte de compreensão da ética ecológica e ao mesmo tempo da ética social. Por isso a vossa referência ao tema dos migrantes e refugiados é muito séria e provoca uma metanoia que diz respeito à reflexão ético-teológica, ainda antes de inspirar atitudes pastorais adequadas e praxes políticas responsáveis e conscientes. […]

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PAPA FRANCISCO ANGELUS

Depois do Angelus Caros irmãos e irmãs! Nestas últimas semanas chegaram notícias dramáticas de naufrágios de embarcações cheias de imigrantes nas águas do Mediterrâneo. Exprimo o meu pesar diante destas tragédias e garanto aos desaparecidos e às suas famílias a minha recordação e oração. Dirijo um urgente apelo a fim de que a comunidade internacional aja com firmeza e prontidão, para evitar que semelhantes tragédias se repitam, e para garantir a segurança, o respeito dos direitos e da dignidade de todos. […]

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VISITA DO PAPA FRANCISCO A BARI ENCONTRO DE ORAÇÃO E REFLEXÃO SOBRE O MÉDIO ORIENTE PALAVRAS DO SANTO PADRE NA CONCLUSÃO DO ENCONTRO

[…] A esperança tem o rosto das crianças. Há anos que, no Médio Oriente, um número terrível de pequeninos chora mortes violentas em família e vê ameaçada a sua terra natal, restando-lhes muitas vezes como única perspetiva ter de fugir. Esta é a morte da esperança. Os olhos de demasiadas crianças passaram a maior parte da vida a ver escombros em vez de escolas, ouvir o estrondo surdo de bombas em vez da alegre algazarra dos jogos. Que a humanidade escute – peço-vos – o clamor das crianças, cuja boca proclama a glória de Deus (cf. Sal 8, 3). É enxugando as suas lágrimas que o mundo reencontrará a dignidade. […]