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PAPA FRANCISCO AUDIÊNCIA GERAL

[…] Na Via Crucis aprendemos amor paciente, silencioso e concreto. No Panamá, os jovens carregaram com Jesus e Maria o peso da condição de tantos irmãos e irmãs que sofrem na América Central e no mundo inteiro. Entre eles estão muitas jovens vítimas de diferentes formas de escravidão e pobreza. […]

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VIAGEM APOSTÓLICA DO PAPA FRANCISCO AO PANAMÁ POR OCASIÃO DA 34ª JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE (23-28 DE JANEIRO DE 2019) ENCONTRO COM OS BISPOS DA AMÉRICA CENTRAL (SEDAC) DISCURSO DO SANTO PADRE

Depois do Angelus […] Há muitos jovens que infelizmente foram seduzidos por respostas imediatas que hipotecam a vida. E muitos outros que receberam uma ilusão de respiração curta em alguns movimentos, e que então os tornam ou pelagianos ou convencidos de que são suficientes para si mesmos, e depois os abandonam no meio do caminho. Os padres sinodais disseram-nos: por constrangimento ou falta de alternativas, os jovens encontram-se imersos em situações altamente conflituosas e sem uma solução rápida: violência doméstica, feminicídio – que praga o nosso continente está a experimentar! – gangues armadas e criminosas, tráfico de drogas, exploração sexual de menores e não mais menores, e assim por diante; e dói ver que, na base de muitas dessas situações, há experiências de orfandade, o fruto de uma cultura e uma sociedade que “enlouqueceu” [se fue “desmadrando”] – sem uma mãe, os tornou órfãos. Famílias muito frequentemente desgastadas por um sistema econômico que não coloca as pessoas e o bem comum em primeiro lugar e que tornou a especulação seu “paraíso” onde continuar a ganhar peso não importa a expensas de quem. E assim nossos jovens sem o calor de um lar, sem família, sem comunidade, sem pertencer, ficam à mercê do primeiro vigarista. […] […] Muitos dos migrantes têm cara jovem, procuram algo melhor para suas famílias, não têm medo de arriscar e deixar tudo para oferecer condições mínimas que garantam um futuro melhor. Não só a queixa é suficiente, mas também devemos concretamente anunciar uma “boa notícia”. A Igreja, graças à sua universalidade, pode oferecer essa hospitalidade fraterna e acolhedora para que as comunidades de origem e de chegada dialoguem e contribuam para superar os medos e desconfianças e reforçar os laços que a migração, no imaginário coletivo, ameaça quebrar. “Acolhendo, protegendo, promovendo e integrando” as pessoas podem ser os quatro verbos com os quais a Igreja, nesta situação migratória, combina sua maternidade na história de hoje (ver Sínodo sobre a Juventude, Documento Final, p. 147). O Vigário Geral de Paris, Mons. Benoist de Sinety, acaba de publicar um livro com o subtítulo: “Acolhendo os migrantes, um apelo à coragem” (ver Il faut de des voix s’élèvent. Accueil des migrants, appel au courage, Paris, 2018). Este livro é uma alegria. Ele está aqui no dia. Todos os esforços que você pode fazer construindo pontes entre comunidades eclesiais, paroquiais e diocesanas, bem como através das Conferências Episcopais, serão um gesto profético da Igreja que em Cristo é “sinal e instrumento da íntima união com Deus e da unidade de todo o gênero”. humano “(Constituição dogmática Lumen Gentium, 1). E assim desaparece a tentação de limitar-se a uma mera denúncia e o anúncio da nova vida que o Senhor nos dá acontece […].

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DIA MUNDIAL DO MIGRANTE E DO REFUGIADO CONCELEBRAÇÃO EUCARÍSTICA HOMILIA DO PAPA FRANCISCO

Este ano desejei celebrar o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado com uma Missa a que foram convidados em particular vós, migrantes, refugiados e requerentes de asilo. Alguns de vós chegaram há pouco a Itália, outros são residentes desde há muitos anos e aqui trabalham, e ainda outros constituem as assim chamadas “segundas gerações”. Para todos ressoou nesta assembleia a Palavra de Deus, que hoje nos convida a aprofundar a especial chamada que o Senhor dirige a cada um de nós. Ele, como fez com Samuel (cf. 1 Sam 3, 3b-10.19), chama-nos pelo nome ― a cada um de nós ― e pede-nos que respeitemos o facto de termos sido criados como seres únicos e irrepetíveis, todos diferentes entre nós e com um papel singular na história do mundo. No Evangelho (cf. Jo 1, 35-42), os dois discípulos de João perguntam a Jesus: «Onde moras?» (v. 38), deixando a entender que da resposta a esta pergunta depende o seu juízo acerca do mestre de Nazaré. A resposta de Jesus é clara: «Vinde ver!» (v. 39) abre a um encontro pessoal, que inclui um tempo adequado para acolher, conhecer e reconhecer o outro. Na mensagem para o Dia de hoje, escrevi: «Cada forasteiro que bate à nossa porta é ocasião de encontro com Jesus Cristo, que Se identifica com o forasteiro acolhido ou rejeitado de cada época (cf. Mt 25, 35.43)». E, para o forasteiro, o refugiado, o deslocado e o requerente de asilo, cada porta da nova terra é também uma ocasião de encontro com Jesus. O seu convite «Vinde ver!» é hoje dirigido a todos nós, comunidades locais e recém-chegados. É um convite a superar os nossos medos para poder ir ao encontro do outro, para o acolher, conhecer e reconhecer. É um convite que oferece a oportunidade de se fazer próximo do outro para ver onde e como vive. No mundo de hoje, para os recém-chegados, acolher, conhecer e reconhecer significa conhecer e respeitar as leis, a cultura e as tradições dos países em que são acolhidos. Significa ainda compreender os seus receios e apreensões para o futuro. E para as comunidades locais, acolher, conhecer e reconhecer significa abrir-se à riqueza da diversidade sem preconceitos, compreender as potencialidades e as esperanças dos recém-chegados, bem como a sua vulnerabilidade e os seus temores. O encontro autêntico com o outro não termina no acolhimento, mas comprometenos a todos nas outras três ações que evidenciei na Mensagem para este Dia: proteger, promover e integrar. E, no encontro autêntico com o próximo, seremos capazes de reconhecer Jesus Cristo que pede para ser acolhido, protegido, promovido e integrado? Como nos ensina a parábola evangélica do juízo universal: o Senhor tinha fome, sede, estava nu, doente, era estrangeiro e estava na prisão, e foi socorrido por alguns, mas não por outros (cf. Mt 25, 31-46). Este encontro autêntico com Cristo é fonte de salvação, uma salvação que deve ser anunciada e levada a todos, como nos mostra o apóstolo André. Depois de ter revelado a seu irmão Simão: «Encontrámos o Messias» (Jo 1, 41), André condu-lo a Jesus para que faça a mesma experiência do encontro. Não é fácil entrar numa cultura alheia, pôr-se no lugar de pessoas tão diferentes de nós, compreender os seus pensamentos e experiências. E assim renunciamos com frequência ao encontro com o outro e erguemos muros para nos defendermos. As comunidades locais, por vezes, têm medo que os recém-chegados perturbem a ordem constituída, “roubem” alguma coisa daquilo que se construiu com tanto esforço. Os recém-chegados também têm medos: receiam o confronto, o juízo, a discriminação, o fracasso. Estes medos são legítimos, fundados em dúvidas plenamente compreensíveis de um ponto de vista humano. Ter dúvidas e receios não é um pecado. O pecado é deixar que estes medos determinem as nossas respostas, condicionem as nossas escolhas, comprometam o respeito e a generosidade, alimentem o ódio e a recusa. O pecado é renunciar ao encontro com o outro, ao encontro com o diverso, ao encontro com o próximo, que de facto é uma ocasião privilegiada de encontro com o Senhor. Deste encontro com Jesus presente no pobre, em quem é recusado, no refugiado, no requerente de asilo, brota a nossa oração de hoje. É uma oração recíproca: migrantes e refugiados oram pelas comunidades locais, e as comunidades locais oram pelos recém-chegados e pelos migrantes de mais longa permanência. À materna intercessão de Maria Santíssima confiamos as esperanças de todos os migrantes e refugiados do mundo e as aspirações das comunidades que os acolhem, para que, em conformidade com o supremo mandamento divino da caridade e do amor ao próximo, aprendamos todos a amar o outro, o estrangeiro, como nos amamos a nós mesmos.

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DISCURSO DO PAPA FRANCISCO AOS MEMBROS DO CORPO DIPLOMÁTICO ACREDITADO JUNTO DA SANTA SÉ POR OCASIÃO DAS FELICITAÇÕES PARA O ANO NOVO

[…] Por seu lado, também a comunidade internacional, com as suas organizações, é chamada a dar voz a quem não tem voz. E, dentre as pessoas sem voz do nosso tempo, gostaria de lembrar as vítimas das outras guerras em curso, especialmente da guerra na Síria com o número imenso de mortes que causou. De novo faço apelo à comunidade internacional a fim de se favorecer uma solução política para um conflito que, no fim, terá apenas derrotados. Sobretudo é fundamental a cessação das violações do direito humanitário, que provocam sofrimentos indescritíveis à população civil, especialmente mulheres e crianças, e atingem estruturas essenciais como os hospitais, as escolas e os campos de refugiados, bem como os edifícios religiosos. Além disso, não se podem esquecer os numerosos refugiados que o conflito causou, colocando a dura prova sobretudo os países vizinhos. Quero agradecer mais uma vez à Jordânia e ao Líbano, que acolheram, com espírito fraterno e não poucos sacrifícios, numerosos grupos de pessoas, e ao mesmo tempo almejar que os refugiados possam regressar à pátria usufruindo de condições de vida e segurança adequadas. O meu pensamento alarga-se também aos diferentes países europeus que generosamente ofereceram hospitalidade àqueles que se encontravam em dificuldade e perigo. Entre as pessoas afetadas pela instabilidade que, há tantos anos, envolve o Médio Oriente estão especialmente os cristãos, que habitam aquelas terras desde o tempo dos Apóstolos, tendo contribuído ao longo dos séculos para edificar e forjar a sua identidade. É extremamente importante que os cristãos tenham um lugar no futuro da Região; por isso, a todos aqueles que procuraram refúgio noutros lugares, encorajo-os a fazer o possível por retornar às suas casas e, em todo o caso, a conservar e fortalecer os laços com as comunidades de origem. Ao mesmo tempo espero que as autoridades políticas não deixem de lhes garantir a segurança necessária e todos os outros requisitos que lhes permitam continuar a viver nos países, de que são a pleno título cidadãos, e contribuir para a sua construção. Infelizmente, durante estes anos, a Síria e todo o Médio Oriente em geral viram-se palco de luta entre múltiplos interesses contrapostos. Além dos interesses predominantes de natureza política e militar, é preciso não transcurar também a tentativa de semear inimizade entre muçulmanos e cristãos. «Se é verdade que, no decurso dos séculos, surgiram entre cristãos e muçulmanos não poucas discórdias e ódios»,[7] contudo em distintos lugares do Médio Oriente puderam uns e outros conviver pacificamente por muito tempo. Proximamente terei ocasião de visitar dois países com maioria muçulmana: Marrocos e Emiratos Árabes Unidos. Serão duas oportunidades importantes para desenvolver ainda mais o diálogo inter-religioso e o conhecimento mútuo entre os fiéis de ambas as religiões, no VIII centenário do histórico encontro entre São Francisco de Assis e o sultão al-Malik al-Kāmil. Entre as pessoas vulneráveis do nosso tempo que a comunidade internacional é chamada a defender, contam-se os refugiados e também os migrantes. Mais uma vez desejo chamar a atenção dos governos para todos aqueles que tiveram de emigrar por causa do flagelo da pobreza, de todo o género de violência e perseguição, bem como das catástrofes naturais e das perturbações climáticas, pedindo que se facilitem as medidas que permitam a sua integração social nos países de acolhimento. Além disso, é necessário trabalhar para que as pessoas não sejam forçadas a abandonar a sua família e nação, ou possam retornar com segurança e no pleno respeito pela sua dignidade e direitos humanos. Todo o ser humano anseia por uma vida melhor e mais feliz e não se pode resolver o desafio da migração com a lógica da violência e do descarte nem com soluções parciais. Por isso, não posso deixar de agradecer os esforços de muitos governos e instituições que, movidos por generoso espírito de solidariedade e caridade cristã, colaboram fraternalmente em prol dos migrantes. Entre eles, desejo mencionar a Colômbia que nos últimos meses, juntamente com outros países do continente, acolheu um número imenso de pessoas vindas da Venezuela. Ao mesmo tempo, estou ciente de que as ondas migratórias destes anos causaram difidência e preocupação na população de muitos países, especialmente na Europa e na América do Norte, e isso impeliu vários governos a limitar fortemente os fluxos de entrada, mesmo se em travessia. Entretanto considero que não se podem dar soluções parciais para uma questão tão universal. Emergências recentes mostraram que é necessária uma resposta comum, concordada por todos os países, sem obstáculos e no respeito de cada instância legítima quer dos Estados quer dos migrantes e refugiados. Nesta perspetiva, a Santa Sé tem-se empenhado ativamente nas negociações e adotou dois Pactos Globais sobre Refugiados e sobre a Migração segura, ordenada e regular. Particularmente o Pacto sobre as migrações constitui um importante passo em frente na comunidade internacional, que nas Nações Unidas, pela primeira vez a nível multilateral, aborda o tema num documento relevante. Não obstante a natureza jurídica não vinculativa destes documentos e a ausência de vários governos na recente Conferência das Nações Unidas em Marraquexe, os dois Pactos serão pontos importantes de referência para o compromisso político e a ação concreta de organizações internacionais, legisladores e políticos, bem como para aqueles que estão empenhados numa gestão mais responsável, coordenada e segura das situações que, por vários títulos, têm a ver com os refugiados e os migrantes. De ambos os Pactos, a Santa Sé aprecia a intenção e o caráter que facilita a sua implementação, embora tenha expresso reservas sobre os documentos mencionados no Pacto relativo às migrações, que contêm terminologias e diretrizes não cônsonas aos seus princípios sobre a vida e os direitos das pessoas.

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SOLENIDADE DA EPIFANIA DO SENHOR PAPA FRANCISCO ANGELUS

Depois do Angelus Estimados irmãos e irmãs! Há vários dias, quarenta e nove pessoas salvas no mar Mediterrâneo estão a bordo de dois navios de ongs, em busca de um porto seguro onde desembarcar. Dirijo um apelo urgente aos líderes europeus, para que demonstrem solidariedade concreta a favor destas pessoas. […]

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MENSAGEM «URBI ET ORBI» DO PAPA FRANCISCO NATAL 2018

[…] O Menino Jesus permita, à amada e atormentada Síria, reencontrar a fraternidade depois destes longos anos de guerra. Que a Comunidade Internacional trabalhe com decisão para uma solução política que anule as divisões e os interesses de parte, de modo que o povo sírio, especialmente aqueles que tiveram de deixar as suas terras e buscar refúgio noutro lugar, possa voltar a viver em paz na sua pátria. Penso no Iémen com a esperança de que a trégua mediada pela Comunidade Internacional possa, finalmente, levar alívio a tantas crianças e às populações exaustas pela guerra e a carestia. Penso depois na África, onde há milhões de pessoas refugiadas ou deslocadas e precisam de assistência humanitária e segurança alimentar. O Deus Menino, Rei da paz, faça calar as armas e surgir uma nova aurora de fraternidade em todo o Continente, abençoando os esforços de quantos trabalham para favorecer percursos de reconciliação a nível político e social. […]

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PAPA FRANCISCO ANGELUS

Depois do Angelus Queridos irmãos e irmãs! O meu pensamento dirige-se, neste momento, às populações da Indonésia, atingidas por violentas calamidades naturais, que causaram graves perdas de vidas humanas, numerosos dispersos e desabrigados e ingentes danos materiais. Convido todos a unirem-se a mim na prece pelas vítimas e pelos seus entes queridos. Estou espiritualmente próximo dos desabrigados e de todas as pessoas consternadas, implorando de Deus alívio para o seu sofrimento. Faço apelo a fim de que não falte a estes irmãos e irmãs a nossa solidariedade e o apoio da Comunidade Internacional. Rezemos juntos… Ave, Maria… Saúdo todos vós, fiéis de Roma e peregrinos da Itália e de vários países. Depois de amanhã será Natal e o meu pensamento dirige-se em particular às famílias, que nestes dias se reúnem: quem vive longe dos pais parte e volta para casa; os irmãos procuram encontrar-se… No Natal é bom e importante estar em família. Mas muitas pessoas não têm esta possibilidade, por diversos motivos; e hoje gostaria de me dirigir de maneira especial a quantos estão distantes da sua família e da sua terra. Amados irmãos e irmãs, o nosso Pai celeste não se esquece de vós e não vos abandona. Se sois cristãos, desejo que encontreis na Igreja uma verdadeira família, onde experimentar o calor do amor fraterno. E a todos os que estão distantes das suas famílias, cristãos e não cristãos, digo: as portas da comunidade cristã estão abertas, Jesus nasce para todos e concede a todos o amor de Deus. Desejo-vos bom domingo. Não vos esqueçais de rezar por mim. Bom almoço e até à vista.

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DISCURSO DO PAPA FRANCISCO À CÚRIA ROMANA NA APRESENTAÇÃO DE VOTOS NATALÍCIOS

[…] As aflições Muitas são as aflições! Quantos migrantes – forçados a deixar a pátria sob risco de vida – encontram a morte, ou quantos sobrevivem, mas acham as portas fechadas e os seus irmãos em humanidade apenas preocupados com ganhos políticos e com o poder! Quanto medo e preconceito! Quantas pessoas e quantas crianças morrem diariamente por falta de água, comida e remédios! Quanta pobreza e miséria! Quanta violência contra os frágeis e contra as mulheres! Quantos cenários de guerras declaradas e não declaradas! Quanto sangue inocente é derramado todos os dias! Quanta desumanidade e brutalidade nos rodeiam por todo o lado! Quantas pessoas são sistematicamente torturadas ainda hoje, em várias partes do mundo, nos comissariados da polícia, nas prisões e nos campos de refugiados! […]

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PAPA FRANCISCO ANGELUS

Depois do Angelus Estimados irmãos e irmãs! Na semana passada foi aprovado em Marrakech, em Marrocos, o Pacto Mundial para uma Migração Segura, Ordenada e Regular, que pretende ser um quadro de referência para toda a comunidade internacional. Por isso faço votos para que ela, graças inclusive a este instrumento, possa agir com responsabilidade, solidariedade e compaixão em relação a quantos, por motivos diversos, deixaram o próprio país, e confio esta intenção às vossa preces. […]

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CUMPRIMENTO DO SANTO PADRE FRANCISCO AOS ARTISTAS DO “CONCERTO DE NATAL” NO VATICANO

Queridos amigos Estamos nos preparando para a celebração do Natal. O evento do nascimento de Jesus, dois mil anos atrás, ocorreu em um contexto cultural preciso. Hoje, o Natal é celebrado em todas as partes do mundo e se manifesta de acordo com os mais diversos costumes e tradições, gerando representações múltiplas, às quais você também contribui com seus talentos e sua paixão. O Natal é sempre novo porque nos convida a renascer na fé, a nos abrir à esperança, a reavivar a caridade. Este ano, em particular, chama-nos a refletir sobre a situação de tantos homens, mulheres e crianças do nosso tempo – migrantes, refugiados e pessoas deslocadas – a correr para escapar das guerras, miséria causada pela injustiça social e as mudanças climáticas. Para deixar tudo – casa, parentes, pátria – e encarar o desconhecido, devemos ter sofrido uma situação muito pesada! Jesus também veio “de outro lugar”. Ele habitou em Deus o Pai, com o Espírito Santo, em uma comunhão de sabedoria, luz e amor, que Ele queria nos trazer com sua vinda ao mundo. Ele veio habitar entre nós, no meio de nossos limites e pecados, para nos dar o amor da Santíssima Trindade. E como homem ele nos mostrou o “caminho” do amor, isto é, o serviço, feito com humildade, para dar vida. Quando a ira violenta de Herodes atingiu o território de Belém, a Sagrada Família de Nazaré experimentou a angústia da perseguição e, guiada por Deus, refugiou-se no Egito. O pequeno Jesus nos lembra que metade dos refugiados de hoje no mundo são crianças, vítimas inocentes da injustiça humana. A Igreja responde a esses dramas com muitas iniciativas de solidariedade e assistência, hospitalidade e hospitalidade. Há sempre muito a fazer, há tantos sofrendo para acalmar e problemas a serem resolvidos. Precisamos de maior coordenação, ações mais organizadas, capazes de abraçar cada pessoa, grupo e comunidade, de acordo com o projeto de fraternidade que nos une a todos. É por isso que você precisa de rede. Rede com a educação, em primeiro lugar, para educar os filhos dos migrantes, aqueles que em vez de sentar na sala de aula, como muitos colegas, passam o dia fazendo longas marchas a pé, ou em equipamento improvisado e perigoso. Eles também precisam de treinamento para poderem trabalhar amanhã e participar como cidadãos conscientes do bem comum. E, ao mesmo tempo, é uma questão de educarse a todos para acolher e solidariedade, para evitar que migrantes e refugiados encontrem indiferença, ou pior, impaciência em seu caminho. Rede com a educação significa permitir que as pessoas se levantam, para receber de volta na estrada com plena dignidade, força e coragem para enfrentar melhorar seus talentos e seu trabalho duro a vida. O trabalho em rede com a educação é uma solução válida para abrir as portas dos campos de refugiados, para permitir que os jovens migrantes entrem em novas sociedades, encontrando solidariedade, generosidade e promovendo-as por sua vez. Agradeço o projeto Missões Dom Bosco, em Uganda e para Scholas Occurrentes no Iraque, porque eles se reuniram este apelo a “rede com a educação”, cooperando com a transmissão da mensagem de Natal de esperança. Sempre a missão da Igreja também se manifestou através da criatividade e genialidade dos artistas, porque eles, com as suas obras, são capazes de atingir os aspectos mais íntimos da consciência dos homens e mulheres de todos os tempos. Para isto, para você aqui presente, minhas graças e meu encorajamento avançam em seu trabalho, para iluminar em todo coração o calor e ternura do Natal. Obrigado e tenha um bom concerto!