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PAPA FRANCISCO ANGELUS

Depois do Angelus Caros irmãos e irmãs mesmo que alguns dias tenham se passado, convido-os a orar pelos pobres indefesos mortos ou feridos pelo ataque aéreo que atingiu um centro de detenção de migrantes na Líbia. A comunidade internacional não pode tolerar tais fatos graves. Eu rezo pelas vítimas: o Deus da paz recebe os mortos para si e apóia os feridos. Espero que os corredores humanitários para os migrantes mais necessitados sejam organizados de forma alargada e concertada. Também me lembro de todas as vítimas dos massacres que ocorreram recentemente no Afeganistão, Mali, Burkina Faso e Níger. Vamos orar juntos. [momento de silêncio]

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DISCURSO DO PAPA FRANCISCO À DELEGAÇÃO DO PATRIARCADO ECUMÉNICO DE CONSTANTINOPLA

[…] De igual modo, considero um bom sinal a colaboração entre Igreja Católica e Patriarcado Ecuménico sobre estas questões atuais, como a luta contra as formas modernas de escravidão, o acolhimento e a integração de migrantes e refugiados e a promoção da paz a vários níveis.[…]

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DISCURSO DO SANTO PADRE FRANCISCO AOS PARTICIPANTES NA 41ª SESSÃO DA CONFERÊNCIA ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA ALIMENTOS E AGRICULTURA – FAO

[…] A conexão entre fragilidade ambiental, insegurança alimentar e movimentos migratórios é evidente. O aumento no número de refugiados no mundo durante os últimos anos – as mais recentes estatísticas da ONU é impressionante – nos mostrou que o problema de um país é o problema de toda a família humana. Por conseguinte, é necessário promover o desenvolvimento agrícola nas regiões mais vulneráveis, reforçando a resiliência e a sustentabilidade do território. E isso só será conseguido, por um lado, investindo e desenvolvendo tecnologias e, por outro, criando políticas inovadoras e de apoio ao desenvolvimento. […]

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VISITA DO PAPA FRANCISCO A NÁPOLES POR OCASIÃO DO SIMPÓSIO “A TEOLOGIA DEPOIS DA VERITATIS GAUDIUM NO CONTEXTO DO MEDITERRÂNEO” DISCURSO DO SANTO PADRE

[…] O Mediterrâneo é desde sempre lugar de trânsito, de intercâmbio e por vezes também de conflitos. Conhecemos muitos. Este lugar hoje apresenta-nos uma série de questões, muitas vezes dramáticas. Elas podem ser traduzidas nalgumas perguntas que nos fizemos no encontro inter-religioso de Abu Dhabi: como nos preservarmos reciprocamente na única família humana? Como alimentar uma convivência tolerante e pacífica que se traduza em fraternidade autêntica? Como fazer prevalecer nas nossas comunidades o acolhimento do próximo e de quem é diverso de nós porque pertence a uma tradição religiosa e cultural diversa da nossa? Como podem as religiões ser vias de fraternidade e não muros de separação? Estas e outras questões pedem para serem interpretadas em vários níveis, e exigem um compromisso generoso de escuta, de estudo e de confronto para promover processos de libertação, de paz, de fraternidade e de justiça. Devemos convencer-nos: trata-se de dar início a processos, não de fazer definições de espaços, ocupar espaços… iniciar processos. […]

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DISCURSO DO PAPA FRANCISCO AOS PARTICIPANTES NO XVII SEMINÁRIO INTERNACIONAL DOS CAPELÃES DA AVIAÇÃO CIVIL

[…] E aqui não posso deixar de mencionar os migrantes e os refugiados que chegam aos maiores aeroportos com a esperança de poder pedir asilo ou encontrar um refúgio, ou que ficam bloqueados na sua viagem. Convido sempre as Igrejas locais ao devido acolhimento e solicitude em relação a eles, mesmo quando se trata de uma responsabilidade direta das Autoridades civis. Faz parte também da vossa solicitude pastoral vigiar por que seja sempre tutelada a sua dignidade humana e salvaguardados os seus direitos, no respeito da dignidade e das crenças de cada um. As obras de caridade em relação a eles constituem um testemunho da proximidade de Deus a todos os seus filhos. […]

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DISCURSO DO PAPA FRANCISCO AOS PARTICIPANTES NA ASSEMBLEIA DA REUNIÃO DAS OBRAS DE AJUDA ÀS IGREJAS ORIENTAIS (R.O.A.C.O.)

[…] Clamam as pessoas em fuga, amontoadas nos navios, em busca de esperança, sem saber que portos poderão recebê-las na Europa, que no entanto abre os portos para as embarcações que devem carregar armamentos sofisticados e caríssimos, capazes de produzir devastações que não poupam nem sequer as crianças. Esta é a hipocrisia da qual falei! Aqui estamos cientes de que o grito de Abel sobe até Deus, como recordávamos precisamente em Bari, há um ano, rezando juntos pelos nossos fiéis do Médio Oriente. […]

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VIAGEM APOSTÓLICA DO PAPA FRANCISCO À ROMÊNIA (31 DE MAIO – 2 DE JUNHO DE 2019) ENCONTRO COM AS AUTORIDADES, A SOCIEDADE CIVIL E O CORPO DIPLOMÁTICO DISCURSO DO SANTO PADRE

[…] Ao mesmo tempo é preciso reconhecer que as transformações, tornadas necessárias pela abertura duma nova era, acarretaram consigo – juntamente com as conquistas positivas – o aparecimento de inevitáveis obstáculos que se devem superar e de consequências para a estabilidade social e a própria administração do território nem sempre fáceis de gerir. Penso, em primeiro lugar, no fenómeno da emigração, que envolveu vários milhões de pessoas que deixaram a casa e a pátria à procura de novas oportunidades de trabalho e duma vida digna. Penso no despovoamento de tantas aldeias, que em poucos anos viram partir uma parte considerável dos seus habitantes; penso nas consequências que tudo isto pode ter sobre a qualidade da vida em tais terras e no enfraquecimento das vossas raízes culturais e espirituais mais ricas que vos sustentaram nos momentos mais duros, nas adversidades. Presto homenagem aos sacrifícios de tantos filhos e filhas da Roménia que enriquecem os países para onde emigraram, com a sua cultura, o seu património de valores e o seu trabalho e, com o fruto do seu empenho, ajudam a família que ficou na própria pátria. Pensar nos irmãos e irmãs que estão no estrangeiro é um ato de patriotismo, é um ato de fraternidade, é um ato de justiça. Continuai a fazê-lo. […]

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DISCURSO DO PAPA FRANCISCO AOS PARTICIPANTES NO ENCONTRO DA CARITAS INTERNATIONALIS

Senhores Cardeais Venerados Irmãos no Episcopado e no Sacerdócio Amados irmãos e irmãs! Estou feliz por ter esta oportunidade de me encontrar convosco, por ocasião da vossa XXI Assembleia Geral. Agradeço ao Cardeal Tagle as palavras que me dirigiu e transmito uma cordial saudação a todos vós, à grande família da Cáritas e a quantos, nos vossos respetivos países, se comprometem no serviço da caridade. Durante estes dias, provenientes de todas as partes do mundo, vivestes um momento significativo na vida da Confederação, com a finalidade não só de cumprir os deveres estatutários, mas também de revigorar os vínculos de comunhão recíproca na adesão ao Sucessor de Pedro, em virtude da especial ligação existente entre a vossa Organização e a Sé Apostólica. Com efeito, São João Paulo II quis conferir à Caritas internationalis a personalidade jurídica canónica pública, chamando-vos a participar na missão da própria Igreja, ao serviço da caridade. Hoje, gostaria de refletir brevemente convosco sobre três palavras-chave: caridade, desenvolvimento integral e comunhão. Considerando a missão que a Cáritas é chamada a desempenhar na Igreja, é importante voltar sempre a meditar juntos sobre o significado da própria palavra caridade. A caridade não é uma prestação estéril, nem sequer um simples óbolo a destinar para silenciar a nossa consciência. Aquilo que nunca devemos esquecer é que a caridade tem a sua origem e a sua essência no próprio Deus (cf. Jo 4, 8); a caridade é o abraço de Deus, nosso Pai, a cada homem, de maneira particular aos últimos e a quantos sofrem, os quais ocupam um lugar preferencial no seu Coração. Se considerássemos a caridade como uma prestação, a Igreja tornar-se-ia uma agência humanitária, e o serviço da caridade um seu “departamento logístico”. Mas a Igreja não é nada disso, é algo diferente e muito maior: é, em Cristo, o sinal e o instrumento do amor de Deus pela humanidade e por toda a criação, nossa casa comum. A segunda palavra é desenvolvimento integral. No serviço da caridade está em jogo a visão do homem, que não se pode reduzir a um único aspeto, mas abrange todo o ser humano como filho de Deus, criado à sua imagem. Os pobres são antes de tudo pessoas, e nas suas faces esconde-se o rosto do próprio Cristo. Eles são a sua carne, sinais do seu corpo crucificado, e nós temos o dever de ir ao seu encontro até nas periferias mais extremas e nos subterrâneos da história, com a delicadeza e a ternura da Mãe Igreja. Devemos apostar na promoção de todo o homem e de todos os homens, a fim de que sejam autores e protagonistas do próprio progresso (cf. São Paulo VI, Carta Encíclica Populorum progressio, 34). Por conseguinte, o serviço da caridade deve escolher a lógica do desenvolvimento integral como antídoto contra a cultura do descarte e da indiferença. E dirigindo-me a vós, que sois a Cáritas, desejo reiterar que «a pior discriminação que sofrem os pobres é a falta de atenção espiritual» (Exortação Apostólica Evangelii gaudium, 200). Vós bem o sabeis: a imensa maioria dos pobres «possui uma especial abertura à fé, tem necessidade de Deus, e não podemos deixar de lhe oferecer a sua amizade, a sua bênção, a sua Palavra, a celebração dos Sacramentos e a proposta de um caminho de crescimento e de amadurecimento na fé» (ibidem). Portanto, como nos ensina também o exemplo dos Santos e das Santas da caridade, «a opção preferencial pelos pobres deve traduzir-se principalmente numa solicitude religiosa privilegiada e prioritária» (ibidem). A terceira palavra é comunhão, que é central na Igreja; define a sua essência. A comunhão eclesial nasce do encontro com o Filho de Deus, Jesus Cristo que, mediante o anúncio da Igreja, alcança os homens e cria comunhão com Ele mesmo, com o Pai e com o Espírito Santo (cf. 1 Jo 1, 3). É a comunhão em Cristo e na Igreja que anima, acompanha e sustém o serviço da caridade, tanto nas próprias comunidades como nas situações de emergência no mundo inteiro. Desta forma, a diaconia da caridade torna-se instrumento visível de comunhão na Igreja (cf. Compêndio da Doutrina Social da Igreja, n. 4). Por isso, como Confederação sois acompanhados pelo Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, ao qual agradeço o trabalho que desempenha ordinariamente e, em particular, o apoio à missão eclesial da Caritas internationalis. Eu disse que sois acompanhados: não estais “submetidos”. Retomando estes três aspetos fundamentais para viver na Cáritas, ou seja, a caridade, o desenvolvimento integral e a comunhão, gostaria de vos exortar a vivêlos com estilo de pobreza, de gratuidade e de humildade. Não se pode viver a caridade sem ter relacionamentos interpessoais com os pobres: viver com os pobres e pelos pobres. Os pobres não são números, mas pessoas. Porque vivendo com os pobres nós aprendemos a praticar a caridade com o espírito de pobreza, aprendemos que caridade significa partilha. Na realidade, não só a caridade que não chega ao bolso é falsa, mas a caridade que não afeta o coração, a alma e todo o nosso ser é uma ideia de caridade ainda não realizada. É necessário que estejamos sempre atentos a não cair na tentação de viver uma caridade hipócrita ou enganadora, uma caridade identificada com a esmola, com a beneficência, ou então como “pílula calmante” para as nossas consciências desassossegadas. Eis por que se deve evitar assimilar o trabalho da caridade com a eficácia filantrópica ou com a eficiência dos planos, ou ainda com a organização exagerada e efervescente. Dado que a caridade é a mais desejada das virtudes à qual o homem pode aspirar para poder imitar a Deus, é escandaloso ver agentes de caridade que a transformam em negócios: falam muito da caridade, mas vivem no luxo ou na dissipação, ou organizam fóruns sobre a caridade, desperdiçando inutilmente grandes quantias de dinheiro. Faz muito mal constatar que alguns agentes de caridade se transformem em funcionários e burocratas. Eis por que gostaria de reiterar que a caridade não é uma ideia ou um sentimento piedoso, mas é o encontro experiencial com Cristo; é o desejo de viver com o Coração de Deus que não nos pede que tenhamos pelos pobres um genérico amor, afeto, solidariedade, etc., mas que neles encontremos Ele mesmo (cf. Mt 25, 31-46), com o estilo de pobreza. Caros amigos, agradeço-vos em nome de toda a Igreja por aquilo que fazeis com e por tantos irmãos e irmãs que enfrentam dificuldades, que são deixados às margens, que são oprimidos pelas escravidões dos nossos dias, e encorajo-vos a ir em frente! Possais todos vós, em comunhão com as comunidades eclesiais às quais pertenceis e das quais sois expressão, continuar a oferecer alegremente a vossa contribuição, para que cresça no mundo o Reino de Deus, Reino de justiça, de amor e de paz. Que vos alimente e vos ilumine sempre o Evangelho, e que vos guiem o ensinamento e o cuidado pastoral da Mãe Igreja. Que o Senhor vos abençoe e Nossa Senhora vos ampare. E, por favor, não vos esqueçais de rezar por mim. Obrigado!

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DISCURSO DO PAPA FRANCISCO AOS MEMBROS DA ASSOCIAÇÃO ITALIANA DE IMPRENSA ESTRANGEIRA

[…] Por conseguinte, gostaria de vos agradecer pelo que fazeis. Porque nos ajudais a não esquecer as vidas que são sufocadas ainda antes de nascer; as que, acabadas de nascer, são apagadas pela fome, pelas necessidades, pela falta de cuidado, pelas guerras; as vidas das crianças-soldado, as vidas das crianças violadas. Ajudai-nos a não esquecer muitas mulheres e homens perseguidos pela sua fé ou etnia. Permitome fazer uma pergunta: quem fala hoje dos Rohingyas? Quem fala atualmente dos Yazidis? Estão esquecidos e continuam a sofrer. Ajudai-nos a não esquecermos de que quantos são obrigados — por calamidades, guerras, terrorismo, fome e sede — a deixar a própria terra não são um número, mas um rosto, uma história, um desejo de felicidade. A vossa Presidente falou dos migrantes: não nos esqueçamos deste Mediterrâneo que se está a transformar em cemitério. […]

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DISCURSO DO PAPA FRANCISCO AOS PARTICIPANTES NO CAPÍTULO GERAL DA SOCIEDADE DAS MISSÕES AFRICANAS

Queridos irmãos e irmãs! Dou as boas-vindas a vós, membros da Sociedade das Missões Africanas, por ocasião da vossa Assembleia Geral que se realiza em Roma. Este encontro permite-me dar graças ao Senhor pelo grande trabalho de evangelização que levais em frente na África, especialmente entre as populações rurais mais distantes, lá onde a comunidade cristã ainda é frágil, ou até inexistente. Alegro-me também pela vossa vontade de desenvolver novas formas de presença junto das populações de origem africana noutras partes do mundo, com particular atenção aos migrantes. Estes novos horizontes pastorais são o sinal da vitalidade do Espírito Santo que habita em vós e que vos impele a responder aos «desafios sempre novos da missão evangelizadora da Igreja» para «alcançar todas as periferias que precisam da luz do Evangelho» (Exort. ap. Evangelii gaudium, 20). Agradeço-vos o zelo missionário, impregnado de coragem, que vos leva a sair para oferecer a todos a vida de Jesus Cristo, às vezes pondo em risco a vossa, seguindo as pegadas dos vossos fundadores, o Servo de Deus Melchior de Marion Brésillac, e o padre Augustin Planque. A este propósito, gostaria de me associar à vossa oração pelo vosso irmão de hábito padre Pierluigi Maccalli, sequestrado há alguns meses no Níger, e garantir a solicitude e a atenção da Santa Sé em relação a esta situação preocupante. […]